Tudo começou quando um grupo de estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Dona Escolástica Rosa se deu conta das dificuldades de um colega deficiente visual tinha em se locomover sozinho. E assim, juntas, elas desenvolveram um sistema sonoro para auxiliar e dar autonomia aos passageiros cegos na cidade.
Carla da Silva Ribeiro, Juliana Entenza Santos e Rúbia do Amaral Ferreira Conceição vivem em Santos e passaram um ano inteiro criando um trabalho de conclusão de curso inclusivo que tinha como objetivo facilitar a vida dos deficientes visuais na cidade de Santos. Intitulada ‘Transporte público, deficientes visuais e a mobilidade urbana’, a pesquisa se baseou em sistemas similares já instalados em trens e metrô de algumas cidades.
O professor orientador, José Angelo Justo Alvarez, explica que suas alunas desenvolveram uma série de atividades para a integração do jovem cego em todas as turmas da Etec. Orgulhoso do resultado, ele diz sempre ter acreditado no potencial deste trabalho. Afinal de contas, pensar em mobilidade é uma pauta essencial, não é mesmo?
Segundo as alunas, para que a proposta funcione, os passageiros teriam que receber um aparelho transmissor do órgão público competente e, em seguida, cadastrar a linha desejada. Desta maneira, no momento em que o veículo se aproximar do ponto de ônibus, será emitido um sinal para o motorista, alertando que um deficiente visual deseja subir no próximo ponto. O condutor, então, aciona um alto-falante com o nome da linha para alertá-lo.
O dispositivo funcionará via GPS, com transmissão de informações em tempo real, como o nome da rua e o ponto de referência. No entanto, para que a configuração esteja sempre atualizada, seria necessário o suporte de uma empresa especializada nesse serviço.
O trabalho começou com uma pesquisa de campo com alguns deficientes visuais – ninguém melhor do que eles para criar um sistema eficiente. Por meio de uma série de entrevistas com o Lar das Moças Cegas, elas compreenderam o motivo de muitos deficientes precisarem de um acompanhante para sair de casa. “A partir daí, chegamos ao consenso de que o deficiente visual luta pela sua independência, mas depende de outra pessoa para usar o transporte público por não ter a informação exata sobre sua localização”, explicaram.
E sabe o melhor de tudo? Graças a este TCC maravilhoso a vereadora Audrey Kleys criou o PL (Projeto de Lei) 251/2019 que, atualmente, aguarda para entrar na pauta da Diretoria Legislativa para discussão no plenário da Câmara dos Vereadores de Santos. Viva 🎉
Fonte: Ciclo Vivo
EDUCAÇÃO – Razões para Acreditar