SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em um resultado inédito em sua história, a Espanha chegou à semifinal da Copa do Mundo feminina. A seleção derrotou a Holanda por 2 a 1 na madrugada desta sexta-feira (11, horário de Brasília), pelas quartas de final do torneio.
A equipe controlou a maior parte da partida e poderia ter definido nos 90 minutos. Levou empate nos acréscimos e marcou o gol da vitória apenas na prorrogação.
Na próxima fase, a Espanha vai enfrentar o vencedor do confronto entre Japão e Suécia, que também acontece nesta sexta.
A Holanda resolveu jogar apenas a partir dos 36 do 2º tempo, quando ficou atrás do placar. Por 81 minutos, ficou na defesa, pouco incomodou a zaga adversária e foi dominada. A não ser pelas investidas de Beeresnteyn, a atual vice-campeã mundial pouco ofereceu ofensivamente.
A Espanha estava confortável na partida, trocava passes e tentava, com calma, chegar ao gol. A falta de urgência e de ímpeto pode ter feito com que a seleção não conseguisse definir resolvido a classificação sem precisar do tempo extra.
Vencedora do prêmio da Fifa de melhor do planeta em 2022 e 2021, Alexis Putellas começou no banco espanhol, assim como já havia acontecido nas oitavas de final, diante a Suíça. A craque do Barcelona entrou apenas a 13 minutos do fim. Nesta sexta, foi chamada para apenas no final do primeiro tempo da prorrogação.
Todo o domínio do time apelidado de Fúria não era mostrado no placar. Esther González desviou para o gol após cabeçada de Redondo, mas o VAR mostrou que a atacante estava impedida e o lance foi invalidado.
O confronto de ataque da Espanha contra defesa da Holanda ficou evidente quando a equipe acertou a trave duas vezes na mesma jogada. Em ambas, Redondo tentou de dentro da área, primeiro de cabeça, depois com o pé.
Nada mudou no início da etapa complementar, mas por pouco a falta de categoria na hora de finalizar não resultou em castigo para as espanholas. A Holanda teve um pênalti aos 17 minutos por empurrão nas costas de Beeresnteyn. Mas desta vez o árbitro de vídeo ajudou a seleção que sairia vencedora. A marcação foi anulada.
A penalidade só seria confirmada pelo VAR aos 36, quando ficou constatado que a zagueira Stefanie van der Gragt, com 106 partidas pela seleção holandesa, havia desviado com o braço um cruzamento inócuo da rival quando estava dentro da área.A atacante Mariona Caldentey anotou.
Em desvantagem, de repente o time percebeu estar disputando uma vaga para a semifinal da Copa do Mundo. Começou a adiantar a marcação e pressionar a saída de bola. Beeresnteyn era a maior ameaça com sua velocidade e urgência que pareciam faltar às suas companheiras. Duas vezes entrou na área com a bola dominada, mas errou nas finalizações.
Quem não falhou foi a mesma van der Gragt que havia cometido o pênalti. Aos 47, ela recebeu um passe na entrada da área e chutou como centroavante para empatar e levar o jogo para a prorrogação.
Nos 30 minutos de acréscimo, o confronto ficou equilibrado. Com a Holanda também atacando, a Espanha achou o contra-ataque fatal aos 6 da etapa complementar, em chute de Salma Paralluelo, 19, que tocou na trave e entrou para definir a inédita vaga para a Fúria.
ESPANHA
Coll; Oihane Hernández (Carmona), Paredes, Codina (Andrés) e Batlle; Abelleira, Bonmati (I. Guerrero) e Hermoso; Alba Redondo (Paralluelo), Caldentey (Putellas) e Esther González (E. Navarro). Técnico: Jorge Vilda
HOLANDA
Van Domselaar; Spitse (Snoeijs), Van der Gragt (Casparij) e Janssen; Pelova, Groenen, Roord (Wilms), Brugts (Nouwen) e Egurrola (Dijkstra); Beerensteyn e Martens. Técnico: Andries Jonker
Estádio: Wellington Regional Stadium, em Wellington (Nova Zelândia)
Público: 32.021
Árbitra: Stéphanie Frappart (França)
Auxiliares: Manuela Nicolosi e Elodie Coppola (ambas da França)
VAR: Tatiana Guzman (Nicarágua)
Cartões amarelos: Oihane Hernández (ESP); Egurrola (HOL)
Gols: Caldentey (ESP), aos 36 minutos do segundo tempo, Van der Gragt (HOL), aos 47 minutos, e Paralluelo (ESP), aos 5 minutos do segundo tempo da prorrogação