PAULO EDUARDO DIAS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um grupo de 26 alunos de uma escola estadual do Recife necessitou de atendimento médico após passar mal na tarde da última sexta-feira (8). A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco classificou o caso como “sintomas de ansiedade”.
Os jovens, que são de séries e turmas distintas, estudam na Erem (Escola Referência em Ensino Médio) Ageu Magalhães, no bairro Tamarineira.
Conforme a Secretaria de Saúde do Recife, equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), acionadas pela direção da escola, foram até o local e constataram que os adolescentes apresentavam sintomas como sudorese, saturação baixa e taquicardia.
Todos os alunos receberam atendimento no local, sem necessidade de que fossem removidos para unidades de saúde. No total, 16 profissionais em seis ambulâncias e duas motocicletas estiveram na escola.
A pasta de Educação afirmou que os estudantes estavam em semana de provas. “Nenhum estudante foi levado para o hospital e os que apresentaram sintomas do tipo foram liberados após a chegada dos responsáveis”, diz a nota.
A previsão é que as aulas sejam retomadas normalmente na segunda-feira (11). Já as provas que deixaram de ser aplicadas serão remarcadas.
A psicóloga clínica Adriana Nascimento, que não atendeu o caso, ressalta que é necessário o cuidado com a saúde mental dos estudantes, principalmente após o período da pandemia, que os deixou muito tempo em atividades remotas, sem o convívio social.
“Eu vejo esse tipo de coisa como um ápice. Escancara que a saúde mental dessas pessoas não está sendo olhada, não está sendo cuidada. Toda crise de ansiedade é uma forma de comunicar algo que não está sendo olhado. É quase como um grito, é bastante intenso”, avalia.
Nascimento, que é mestranda do Programa de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), afirma também que as crises de ansiedade podem estar ligadas às cobranças que os alunos tendem a sofrer no ambiente escolar, como ir bem em provas e passar no vestibular, assim como circunstâncias vividas dentro de suas casas.
“Tem as questões das famílias que estão passando por questões de bastante vulnerabilidade. Quando a gente fala de escolas estaduais, têm famílias que estão sofrendo consequências de maneira muito mais intensa em relação à fome, situações de insalubridade”, diz.
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