Erika Hilton diz que PEC contra escala 6×1 tem apoio até da direita e que buscará Lira

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A deputada federalista Erika Hilton (PSOL-SP) disse nesta quarta-feira (13) que a PEC (proposta de emenda à Constituição) que prevê o término da graduação 6×1 de trabalho já ultrapassou o número de assinaturas, com apoios inclusive de deputados da direita.

 

“Essa não é discussão de campo ideológico, mas de país. Tem uno a direta, o meio e a esquerda”, afirmou na Câmara dos Deputados.

A parlamentar falou a jornalistas ao lado de outros coautores da proposta uma vez que Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Alice Portugal (PCdoB-BA).

Eles disseram que há deputados do PL, PP e Republicanos que assinaram o texto, mas não deram os nomes. Erika afirmou que recebeu uma relação do líder do União Brasil, Elmar Promanação (BA), informando que todos os 59 deputados da bancada apoiariam a PEC.

Segundo Erika, 216 deputados assinaram a proposta -número superior às 171 necessárias para a tramitação no Congresso.

Apesar disso, o texto ainda não foi protocolado. A parlamentar afirmou que o grupo recebeu ligações de parlamentares que ainda não conseguiram assinar e querem fazê-lo.

Erika Hilton afirmou ainda que tem o escora do governo para a medida, mesmo que ministros tenham oferecido declarações sem direcionamento único. A parlamentar seguiu para o Palácio do Planalto, onde teria uma reunião com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), responsável pela fala política.

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), responsável de proposta mais antiga com o mesmo texto, também participará do encontro.

“Eu espero também, depois que a gente conversar com o ministro Padilha, eu pretendo também procurar o presidente Arthur Lira (PP-AL) para conversar”, disse Erika.

“Sinto, por secção do governo, que há esse escora. Acho que o governo tem que ouvir, entender, negociar. Isso é da política, mas eu acho que o governo está muito receptivo a essa demanda. Nós precisamos explicar o texto, narrar ao governo uma vez que a coisa aconteceu, mas a gente já tem sentido, sim, nesses poucos dias, uma boa receptividade por secção do Palácio com relação à nossa proposta”, completou.

Lopes, por sua vez, disse que a taxa não é ideológica. “É estruturante para as novas relações do mundo de trabalho no século 21”, disse, destacando uma vez que o tema mudou, sobretudo com os avanços tecnológicos, e destacou que é preciso ter uma olhar privativo para a saúde mental.

O vereador eleito do Rio de Janeiro, Rick Azevedo (PSOL-RJ), é fundador do Movimento VAT (Vida Além do Trabalho), que levou a taxa para Erika Hilton. Na entrevista, ele disse que o grupo está chamando atos em resguardo do término da graduação 6×1 em 15 de novembro.

“Uma vez que essa Lar acha normal trabalhador ter somente um dia de folga? Tem trabalhador que trabalha 15 dias para conseguir folgar um. Não conseguem ter vida além do trabalho”, disse.

Uma vez que a Folha de S.Paulo mostrou, o Palácio do Planalto vê a discussão da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que prevê o término da graduação 6×1 de trabalho uma vez que positiva, mas ainda avalia os desdobramentos com cautela.

O presidente Lula (PT) já está a par do movimento que cresceu nas redes sociais, segundo auxiliares.

O núcleo político do governo ainda fez um levantamento de todas as propostas legislativas que tratam do tema. Nesse contexto, também ouvirá nesta quarta outros parlamentares que elaboraram PECs nessa mesma direção, uma vez que Reginaldo Lopes (PT-MG).

Há um entendimento, todavia, de que é preciso observar com cautela uma vez que o movimento evolui na sociedade e também no mundo político. Ainda que haja dificuldade de o tema prosperar no Congresso, os apoios nas redes sociais podem pressionar parlamentares, inclusive quem hoje se coloca contrário.

A visão de integrantes do Planalto é a de que o governo deveria aproveitar a discussão de uma rara taxa progressista que cresceu nas redes sociais –envolvente que vem sendo usado com mais habilidade pela direita.

A proposta ganha tração no governo ainda em meio a cobranças no PT para que haja uma reconexão com os trabalhadores, sobretudo posteriormente desempenho eleitoral fraco nas eleições municipais. O próprio presidente Lula tem dito isso em entrevistas.