Entenda caso de Gisèle Pelicot, dopada e estuprada pelo ex-marido e por mais de 50 desconhecidos

(FOLHAPRESS) – O caso de Gisèle Pelicot tornou-se um dos mais chocantes episódios de violência sexual. Dominique Pelicot, portanto marido da vítima, teria orquestrado quase uma centena de sessões de doesto sexual contra sua mulher ao longo de quase uma dez, de 2011 a 2020. Nesta quinta-feira (19), um tribunal de Avignon, cidade no sul da França, condenou Dominique à prisão.

 

Gisèle foi dopada sem seu consentimento, com o objetivo de mantê-la inconsciente enquanto era estuprada por ele e por uma rede de homens recrutados por meio de fóruns online. Dominique gravou os abusos metodicamente e só foi revelado ao ser recluso por outro violação ligado à importunação sexual.

Veja inferior todos os detalhes do caso, os réus condenados, a história de Dominique e a relevância da coragem de Gisèle em compartilhar os crimes publicamente.
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A VÍTIMA

QUEM ERA GISÈLE ANTES DE O CASO VIR À TONA?

Gisèle Pelicot, 72, morava na cidade de Mazan, no sul da França, com seu portanto marido Dominique Pelicot. A vida na pequena cidade de muro de 6 milénio habitantes era descrita porquê tranquila e bastante familiar.

COMO ELA DESCOBRIU OS ABUSOS?

Dominique Pelicot foi recluso depois ser flagrado filmando mulheres por plebeu de suas saias em um shopping, em 2020. Em seguida a detenção, os investigadores descobriram muro de 4.000 fotos e vídeos de Gisèle inconsciente enquanto era abusada por dezenas de homens.POR 

QUE GISÈLE TORNOU O CASO PÚBLICO?

No início do processo, a vítima pediu que o julgamento fosse público porque, segundo ela, “a vergonha tem que mudar de lado”. Durante o julgamento, Gisèle afirmou: “Quando ouço essas mulheres [as esposas dos acusados] dizerem que seus maridos não são estupradores, eu pensava o mesmo. Quando decidi retirar o sigilo, queria que elas dissessem: ‘Se a senhora Pelicot fez isso, nós também podemos’. Não quero mais que elas sintam vergonha. A vergonha não é nossa, é deles. Não expresso nem minha raiva nem meu ódio, mas uma mandamento de mudar esta sociedade”.

O QUE DIZEM OS FILHOS DO ANTIGO CASAL?

O parelha Pelicot teve três filhos. Florián, 38; Caroline, 45; e David, 50.
Caroline é autora do livro “Et j’ai cessé de t’appeler papa” (Parei de te invocar de papai, em tradução livre) e afirmou crer, durante o julgamento, que seu progenitor -como se refere, agora, a Dominique- também a violentou. Segundo a investigação, foram encontradas fotos dela e de duas noras de Dominique em um computador; em algumas das imagens, as mulheres apareciam nuas. O réu nega os abusos.

Florián e David fizeram coro às falas de Caroline. No tribunal, ambos defenderam a mãe e pediram sentenças duras aos réus. David afirmou: “Minha família quer lutar e continuará fazendo isso, e supra de tudo esperamos que no horizonte possamos extinguir da nossa mente o varão que está à minha esquerda”, declarou, referindo-se à posição em que Dominique estava no tribunal.

Florián, em soluços, afirmou: “Faz quatro anos que perdi meu pai (…) Nossa família foi despedaçada”. “Estou muito reconhecido por minha mãe estar viva. Mas ainda não entendo por que ele [Dominique] fez isso.”

OS ACUSADOS

QUEM É DOMINIQUE PELICOT?

Dominique Pelicot, 72, afirmou ter desenvolvido em um envolvente familiar nocivo, na presença de um pai “dominador e tirânico”. Segundo sua advogada, ele sofreu uma série de traumas na puerícia antes de “desabar na perversidade”. De tratado com a resguardo, o réu teria dupla personalidade.

O responsável pelo estupro em tamanho também já tinha sido réu de outros dois crimes. Em 1991, foi assinalado porquê suspeito do estupro e assassínio de Sophie Narme, uma corretora imobiliária. Ele negou envolvimento, e o caso foi arquivado. Em 1999, uma novidade denunciação de estupro contra outra corretora, na região de Paris. Nesse caso, ele assumiu envolvimento depois ter sido comprovada a presença de seu DNA na vítima, mas o processo já havia sido arquivado.

Em 2010, outra passagem pela polícia: Dominique foi retido por filmar sob as saias de mulheres em um supermercado, também na região de Paris. Ele foi liberado depois remunerar multa de € 100 (R$ 638), e Gisèle só soube desse incidente quando a prensa o divulgou.

COMO OS OUTROS HOMENS ENVOLVIDOS FORAM RECRUTADOS?

Dominique recrutou outros 50 homens principalmente por meio de fóruns online. Em testemunho, ele afirmou que deixava simples aos desconhecidos que sua esposa não estava consciente e que eles não deveriam tentar acordá-la.

Alguns dos réus contestaram a versão e diserram ter sido enganados. Segundo eles, Dominique disse que Gisèle unicamente estaria dormindo e consentia com as atitudes do portanto marido.

COMO A POLÍCIA IDENTIFICOU OS SUSPEITOS?

A investigação utilizou tanto as imagens dos abusos captadas e guardadas por Dominique quanto suas interações nos fóruns online em que anunciava o invitação. A partir das gravações, foram registrados 92 estupros, com 72 homens diferentes. Destes, 22 não foram oficialmente identificados.

QUAL O PERFIL DOS RÉUS?

Todos os 50 réus recrutados por Dominique são de cidades e vilarejos a, no sumo, 50km de Mazan. Dos 27 aos 74 anos, os acusados têm diferentes profissões: enfermeiro, marceneiro, motorista de caminhão, bombeiro, jornalista, DJ, perito em TI, mercante, guarda prisional, entre outros.

Pouco mais de dois terços têm filhos. Muro de 40% tinham antecedentes criminais, vários por doesto doméstico e dois por estupro. Dezoito deles sofriam de obediência de álcool ou drogas. Muro de uma dúzia relatou ter sofrido doesto sexual quando crianças.

Um dos advogados de Gisèle, Antoine Camus, afirmou no tribunal que “não existe perfil de estuprador”.

O QUE DIZEM OS ACUSADOS?

A maioria dos réus assumiu uma posição passiva perante os juízes; alguns, no entanto, agiram de forma desafiadora no tribunal. Ao se tutorar das acusações, Philippe Leleu, 62, afirmou estar fora de si: “Parei de pensar e parei de ter uma conexão com meu cérebro”.

Outro réu, Christian Lescole, 57, foi um dos que acusaram Dominique de drogá-lo. No tribunal, ele disse ter contabilizado outros 18 réus com o mesmo relato. “Tenho grandes dúvidas sobre meu livre vontade naquele momento”, disse. “Materialmente, cometi um estupro”, declarou. “Mas foi meu corpo, não meu cérebro.”

Nenhum dos 50 acusados negou envolvimento, mas a maioria fez ressalvas quanto a supostas mentiras de Dominique ou mesmo à situação de Gisèle -houve quem dissesse que a vítima não estava exatamente dopada e, portanto, consentiria com os atos.

O JULGAMENTO

QUAIS SÃO AS ACUSAÇÕES FORMAIS?

Todos os réus, exceto um, eram acusados de estupro agravado, tentativa de estupro ou agressão sexual -cinco também enfrentavam denunciação de posse de imagens de doesto sexual infantil. No caso de Dominique, além de estupro, também pesava a denúncia de violação de privacidade, uma vez que filmava os abusos.

O único réu sobre o qual não recai as mesmas acusações dos restantes é denunciado por ter tocado Gisèle. Ele não teria estuprado a vítima, uma vez que estranhou seu estado inconsciente e foi embora da morada dos Pelicots.

O QUE REPRESENTA ESSE CASO NA LUTA PELOS DIREITOS DAS MULHERES?

Gisèle Pelicot se tornou um ícone para o feminismo e a luta pelos direitos das mulheres ao compartilhar seu caso e fazer questão de lutar publicamente pela justiça. Analistas internacionais afirmam que a repercussão do incidente gera uma reflexão acerca da cultura do estupro, das relações de gênero e do poder no universal.

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