“Sim, é a Patty”. Foi assim que os quatro irmãos de Marta Altamirano confirmaram que o cadáver congelado encontrado na província de San Juan, na Argentina, era mesmo da alpinista desaparecida desde 1981, aos 20 anos, quando fazia a travessia pelo Cerro Mercedario. O corpo foi encontrado no final de janeiro por outro grupo de expedicionários e foi possível resgatá-lo do local da descoberta no último sábado.
“Estamos muito felizes por saber que é ela”, admitiu a irmã Corina, em declarações ao jornal local La Gaceta de Tucumán, explicando que é uma forma de encerrar a dolorosa história com mais de 40 anos.
Agora, começaram os procedimentos para que finalmente descanse em paz. Quem reconheceu os restos mortais foram os irmãos de Patty, que foram ao Laboratório e Morgue Judicial de San Juan, onde se reuniram com o procurador do caso, Iván Grassi.
“O procurador explicou-nos como ia ser o procedimento (…) Quando entrámos apresentaram-nos a roupa que a minha irmã estava a usar e conseguimos reconhecer quase tudo. Estavam deterioradas, algumas coisas até mudaram de cor, mas eram dela”, recordou Corina.
O corpo, encontrado na semana passada, foi removido com um helicóptero. Tinha ficado retido num glaciar, onde permaneceu por mais de quatro décadas.
O desaparecimento de Marta Altamirano
Marta Emília Altamirano, conhecida como ‘Patty’, tinha 20 anos quando começou a jornada com sua irmã Corina e o seu namorado, Sergio Bossini. Os três saíram a 23 de março de 1981 de Barreal e pararam em Hornadillas, no destacamento Álvarez Condarco da Gendarmería Nacional.
A 27 de março de 1981 começaram a subida à montanha. Por volta das 19h daquele dia, acamparam no gelo para passar a noite. Segundo Bossini e Corina, Patty foi percorrer a área para fazer um reconhecimento. Foi então que “não tinha pé e escorregou centenas de metros”.
A irmã e o namorado ainda viram o corpo de bruços, mas numa área a que não conseguiam acessar e, por isso, chamaram ajuda. No entanto, naquela noite nevou muito e o corpo acabou por ficar soterrado.
Em dezembro desse ano, tentaram novamente resgatar o corpo, mas surgiu um novo problema. Uma nova fenda abriu-se no local e o corpo caiu de um precipício. Foram informados de que nada mais poderia ser feito.
“A notícia da descoberta do cadáver, 41 anos depois, é como abrir uma ferida. Mas os meus pais, de 71 e 89 anos, estão felizes”, rematou Corina.
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