A população ocupada em trabalhos domésticos remunerados está encontrando menos oportunidades de emprego. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a quantidade de pessoas empregadas no setor caiu de 6,4 milhões, no quarto trimestre de 2019, para 4,9 milhões no mesmo período do ano passado.
A queda, de 23,4%, é superior à diminuição de ocupação no quadro geral no país: no quarto trimestre de 2019, haviam 94,5 milhões de pessoas ocupadas no Brasil; já no mesmo período de 2020, esse número era de 86,2 milhões, uma queda de 8,7%.
Os dados do Dieese, divulgados nesta terça (27), são baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, aumentou a proporção de trabalhadores domésticos remunerados sem carteira de trabalho: eram 73% no quarto trimestre de 2019 e passaram a ser 75% no mesmo período de 2020. A proporção dos empregados do setor que contribuíam com a Previdência Social também diminuiu: de 37,5%, no quarto trimestre de 2019, para 35,6%, no mesmo período de 2020.
O rendimento médio mensal do trabalhador doméstico remunerado caiu de R$ 924 (quarto trimestre de 2019) para R$ 876 (mesmo período de 2020). Houve queda em todas as regiões, exceto na Região Norte, onde ficou estável. Segundo o Dieese, os trabalhadores informais ganham 40% menos do que os formais e os negros recebem, em média, 15% menos.
Segundo o levantamento do Dieese, do total de trabalhadores ocupados no trabalho doméstico remunerado, 92% são mulheres, das quais 65% são negras. No quarto trimestre de 2020, as domésticas chefes de família eram 52,4%; no mesmo período de 2019, eram 51,2%.
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