RIBEIRÃO PRETO, SP, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Duas semanas depois o início do verão, a qualidade das praias do litoral de São Paulo piorou e uma em cada cinco estavam impróprias para banho neste final de semana.
É o que mostra mapeamento feito pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), que detectou 38 locais na Baixada Santista e no litoral setentrião inadequados nesta semana, na presença de os 18 existentes no último dia 21. O estado tem 175 pontos de mensuração.
O cenário de piora tem uma vez que ingredientes as chuvas que atingiram a região litorânea e a lotação das cidades devido às férias e coincide com o surgimento de uma vaga de virose que tem lotado unidades de saúde de municípios uma vez que Santos, Praia Grande e São Sebastião.
As três cidades são as que apresentam mais pontos ruins para a balneabilidade nesta semana. Em Santos, os sete locais analisados semanalmente pela Cetesb (Ponta da Praia, Aparecida, Embaré, Boqueirão, Gonzaga e José Menino, esta com dois locais) estavam impróprios.
São Sebastião também tem sete locais inadequados, porém num universo de 30 pontos pesquisados pelo órgão ambiental. Já Praia Grande está com seis praias impróprias.
Dos 38 pontos que estão ruins para banho, 22 são da Baixada Santista e 16 do litoral setentrião. Uma mulher de 29 anos morreu com sintomas de virose em Cristais Paulista, no interno, depois de ter retornado de Guarujá, mas não há confirmação até o momento de que a morte tenha gavinha com o surto registrado no litoral.
Além de aumentar o totalidade de praias ruins duas semanas depois o início do verão, também cresceu o totalidade de municípios com locais impróprios: eram 7 em 21 de dezembro, e agora são 10 –as outras são Ubatuba (3), Caraguatatuba (1), Ilhabela (5), Guarujá (2), São Vicente (2), Mongaguá (3) e Itanhaém (2).
Conforme a avaliação da Cetesb, somente em cinco municípios –Bertioga, Peruíbe, Cubatão, Iguape e Ilhéu Comprida– as praias estão boas nesta semana.
O sistema do órgão ambiental é descerrado para consulta dos banhistas, que podem utilizá-lo para definir a praia mais adequada na cidade em que está, de contrato com a gerente do setor de águas litorâneas da Cetesb, Cláudia Lamparelli. O mapeamento interativo oferece um retrato mais momentâneo do cenário, de contrato com ela.
“As cidades não estão preparadas para atender essa concentração populacional nesses períodos que a gente labareda de sazonais. É meio chocante até descobrir isso, né? Já deveriam estar”, diz Marta Camila Carneiro, bióloga, engenheira ambiental e professora de mudanças climáticas e transição energética da FGV (Instauração Getulio Vargas).
Mesmo que tenham bons índices de saneamento ao longo do ano, as cidades e seus sistemas de coleta e tratamento ficam despreparados frente à subida na demanda, diz a professora. Ela aponta uma vez que problemas o aumento de chuvas e da produção de resíduos na subida temporada, com transbordamento de fossas, além das ligações clandestinas de esgoto, sem tratamento.
Para a profissional, tratar causas uma vez que as ligações irregulares de esgoto poderia evitar, por exemplo, a enxurro nas unidades de saúde, uma vez que a que tem ocorrido nos últimos dias. Ela aponta que é necessária uma fiscalização mais rigorosa, mas também políticas que ajudem a regularizar mais redes.
Também seria preciso, para Marta, ampliar e modernizar as redes de esgoto pensando especificamente nas sobrecargas sazonais, integrar sistemas de drenagem e sensibilizar a população e os turistas sobre o descarte de resíduos e a preservação das praias.
A prefeitura de Guarujá afirmou, no último sábado (4), que notificou a Sabesp sobre a possibilidade de sobre a possibilidade de vazamentos e ligações clandestinas de esgoto na região da praia da Enseada. A gestão afirma crer que esse pode ser o motivo do aumento dos casos de gastroenterocolite aguda. Já a empresa disse que o surto não tem relação com a operação do serviço de chuva e esgoto e que a operação na Baixada Santista estava normal.
Já a prefeitura de Santos registrou aumento de atendimentos para virose nas três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade, de 2.147 para 2.264, entre novembro e dezembro. Nos três primeiros dias de janeiro já são 273 atendimentos. Também na cidade, só nos dois primeiros dias deste ano foram atendidos 109 casos de virose no pronto-socorro da Santa Morada, ou seja, em média 54 por dia. De contrato com a assessoria de notícia do hospital, a média diária nos dois meses anteriores foi de 20 casos.
A Secretaria de Saúde Pública de Praia Grande, por sua vez, afirmou que atendeu casos relacionados a esse tipo de doença nos últimos dias, mas afirma não ter registrado “aumento considerável” de casos.
PERIGO
Especialistas recomendam, além de o banhista não entrar na chuva quando ela estiver imprópria, que ele evite tomar banho no mar depois chuvas intensas e também não se banhar em locais que desaguem no mar.
A maioria dos pontos de mensuração tem estudo semanal da Cetesb, mas há locais em que o monitoramento intenso não é necessário, e as avaliações ocorrem mensalmente -ou com frequência maior no verão.
No totalidade, a Cetesb monitora 175 locais em praias de 15 municípios, dos quais 157 têm estudo semanal. O totalidade de pontos é idêntico ao cenário dos últimos dois anos.
O litoral setentrião concentra 99 locais, ou 56% do totalidade, na presença de 71 da Baixada Santista, distribuídos por nove municípios (Santos, Guarujá, Bertioga, Praia Grande, São Vicente, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Cubatão). Os outros pontos são analisados pelo órgão ambiental no extremo sul do estado, em Iguape e Ilhéu Comprida.
Embora esteja com situação imprópria nesta semana em todas as suas praias, Santos apresentou melhora no quadro em 2024. Pela primeira vez desde 2017, o município mais populoso da Baixada Santista não teve uma praia sequer classificada uma vez que péssima.