A construção civil é uma das atividades econômicas que mais poluem o meio ambiente, sendo responsável pelo descarrego de milhões de toneladas de CO2 na atmosfera todos os anos.
Segundo a Unep, o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o setor é responsável por 38% de todas as emissões de CO2 relacionadas à energia.
Felizmente, muita gente tem estado de olho nessa questão, trabalhando em alternativas para substituir uma vasta gama de materiais poluentes por opções mais sustentáveis.
Uma delas tem sido desenvolvida por dois estudantes de Londres, na Inglaterra: um bioconcreto revolucionário, feito de cascas de lagostins (um crustáceo) e uma planta invasora – melhor, um tipo de erva daninha comum em solo britânico.
A ‘planta invasora’ também é conhecida como knotweed asiático/japonês, nativa do leste da Ásia. Por não ser endêmica da Europa, essa espécie passou a ser classificada como ‘praga’ pela população.
Objetivos, na prática
Na prática, o bioconcreto atua em duas frentes: como material mais ecológico e passível de reaproveitamento, o que gera menos desperdício na construção civil – um setor bem conhecido por esse problema. Ah, e menos ervas daninhas, claro.
“A remoção e o controle de espécies invasivas custam ao Reino Unido cerca de £ 1,8 bilhões anualmente”, afirmou a arquiteta Irene Roca Moracia, que ajudou a criar o material.
Irene explica que o conceito do bioconcreto nasceu enquanto ela estudava na Universidade das Artes de Londres.
Além dela, a designer Brigitte Kock também está envolvida no projeto. As duas agora esperam incentivar o poder público a remover as ervas daninhas, reaproveitando elas para a construção civil.
De quebra, isso tudo irá ajudar na restauração da biodiversidade local. Todo mundo sai ganhando!
Segundo os pesquisadores, o crustáceo escolhido para a produção de bioconcreto é o lagostim-sinal, endêmico da América do Norte. Esses animais dizimaram a população nativa de lagostins do Reino Unido diversas gerações atrás.
Como funciona o bioconcreto
Irene e Brigitte explicam que o material é feito a partir da incineração da erva daninha, cujas cinzas são misturadas a um ‘aglutinante’, gerando um produto denso.
Por fim, as cascas de lagostins são pulverizadas e atuam como agregado, fazendo o papel da areia ou da pedra usada no concreto convencional.
Quando tudo isso é misturado com água e gelatina, vira um material homogêneo e super forte, que endurece rapidamente sem a necessidade de aquecimento.
Na fase de acabamento, é possível alterar a cor e aparência do produto final, deixando ele mais personalizado aos gostos do cliente.
É interessante notar que o bioconcreto já tem com uma coloração natural bem interessante: bordô-escura, que aparece de imediato à medida que os ingredientes são misturados pelas estudantes.
Fonte: Ciclo Vivo
Fotos: Reprodução / Ciclo Vivo
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