Sem dar detalhes, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quarta, 6, acreditar que toda a população de São Paulo estará vacinada contra a covid-19 ainda em 2021. A expectativa é de que os dados de eficácia da vacina Coronavac sejam divulgados nesta quinta, 7. O governo estadual ainda reconheceu a aceleração do contágio e cobrou respeito ao plano estadual de reabertura econômica – descumprido por algumas cidades, principalmente no litoral, nas festas de fim de ano.
Ele se reuniu nesta quarta, 6, com os prefeitos dos 645 municípios paulistas para apresentar o plano de imunização. “Antes de terminar o ano, faremos uma terceira reunião (com os prefeitos) que esperamos fazer presencialmente, dado o fato que esperamos ter a imunização completa não só dos brasileiros de São Paulo, mas desejamos de todos os brasileiros em nosso País.” O Estado tem cerca de 46 milhões de habitantes.
Doria prevê começar no dia 25 a imunização com a Coronavac, desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac e o Instituto Butantã, mas ainda falta a apresentação dos dados de eficácia e o registro do imunizante na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No fim de dezembro, o governo e o Butantã disseram que o imunizante superou o índice mínimo de eficácia exigido pelas agências regulatórias (50%), mas não deram o porcentual exato.
Em 25 de janeiro, começarão a ser receber doses profissionais de saúde, indígenas e quilombolas. A partir de 8 de fevereiro, serão imunizados idosos com 75 anos ou mais. Na semana seguinte, a partir do dia 15 de fevereiro, será a vez da população de 70 a 74 anos. A partir de 22 de fevereiro, receberá a imunização a faixa de 65 a 69 anos. Por fim, no dia 1º março, será o grupo com 60 a 64 anos.
A previsão é vacinar 9 milhões de pessoas nessa 1ª fase, que vai até 28 de março – 7,5 milhões com 60 anos ou mais, além dos trabalhadores de saúde, indígenas e quilombolas. Não foi informado como será a vacinação dos demais grupos de risco da covid-19, como pacientes de doenças crônicas.
Serão duas doses por pessoa, com intervalo de 21 dias entre cada uma. Em dezembro, Doria afirmou que não será necessário comprovar residência no Estado para tomar a vacina.
Conforme o governo, além dos 5,2 mil postos de vacinação no Estado, poderão ser usados para imunização escolas, quartéis da Polícia Militar, terminais de ônibus, estações de trem, farmácias e postos drive-thru, o que elevaria para 10 mil os locais de aplicação de doses. Esses espaços funcionarão de segunda a sexta, das 7 às 22 horas, e aos sábados e domingos, das 7 às 17 horas.
O secretário de Saúde da capital, Edson Aparecido, disse à Rádio Eldorado prever uma capacidade de vacinação de 600 mil pessoas por dia. “Vamos usar 12 mil funcionários de apoio, 15 mil enfermeiros e três mil pontos de vacinação. Fora as 468 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), hospitais, Amas (Assistência Médica Ambulatorial), igrejas e toda estrutura está montada”, afirmou ele. “Já adquirimos 15 milhões de seringas, 14 milhões de agulhas, mais insumos utilizados.”
Cobrança
O governo estadual ainda pressionou os prefeitos sobre descumprimentos do Plano São Paulo, de reabertura econômica. Doria havia determinado que todo o Estado voltasse à fase vermelha (a mais restritiva, em que só podem abrir serviços essenciais, como mercados e farmácias) nos dias 25, 26 e 27 de dezembro e nos dias 1º, 2 e 3 de janeiro.
Mas parte das prefeituras – menos de 20, segundo o Estado – descumpriu a determinação, a exemplo de Santos. Em nota, a prefeitura de Santos afirmou que no fim do ano “realizou ações mais restritivas, fiscalizando o uso da máscara, implantando barreiras sanitárias e fazendo bloqueios na orla”. Os prefeitos que descumpriram as normas podem ser denunciados pelo Ministério Público.
O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, disse que a desobediência terá consequências para os municípios. “Vamos priorizar aqueles que seguem o Plano São Paulo. Aqueles que forem irresponsáveis irão para o fim da fila nos atendimentos”, afirmou.
Mais tarde, Vinholi disse ao Estadão que a fala não se refere à vacinação ou outras ações essenciais, mas “na construção de parcerias” com essas prefeituras e afirmou que vão priorizar “gestões responsáveis”.
“Esperamos que essas exceções não mais aconteçam”, disse Doria. “Esse ano de 2021 será muito mais difícil do que imaginamos até outubro passado”, acrescentou. Segundo o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, dez hospitais paulistas atingiram a capacidade máxima com o avanço da covid este ano, mas não detalhou quais. Ele disse que vai ampliar o total de leitos.
PROGRAMA DE VACINAÇÃO
Plano prevê vacinar 9 milhões de pessoas de 25 de janeiro a 28 de março, dos quais 7,5 milhões com 60 anos ou mais. Serão duas doses por pessoa, com intervalo de 21 dias entre uma e outra. Não é necessário residir no Estado.
A partir de 25 de janeiro
Profissionais de saúde, indígenas e quilombolas. Segunda dose em 15 de fevereiro.
A partir de 8 fevereiro
Idosos de 75 anos ou mais. Segunda dose prevista para 1º de março.
A partir de 22 de fevereiro
Idosos entre 65 e 69 anos. Segunda dose em 15 de março.
A partir de 1º de março
Idosos entre 60 e 64 anos. Segunda dose em 22 de março.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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