SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar tinha queda firme e a Bolsa oscilava nesta terça-feira (14), com dados de inflação dos Estados Unidos e o retorno do presidente eleito Donald Trump à Morada Branca, que ocorrerá na próxima segunda-feira (20).

 

Às 15h27, a moeda norte-americana caía 0,61%, cotada a R$ 6,060. Já a Bolsa tinha variação negativa de 0,01%, aos 118.990 pontos, no mesmo horário.

Mais cedo, o Ibovespa abriu em subida, inverteu movimento e caiu. No início desta tarde, passou a rondar a segurança.

Nesta segunda-feira (13), o dólar fechou próximo a segurança, com variação negativa de 0,08%, a R$ 6,097, posteriormente uma sessão volátil marcada por dados de recorde nas exportações chinesas em 2024, sinalizações de novas medidas fiscais para 2025 e expectativa de piora na inflação.

Já a Bolsa fechou com ligeiro subida de 0,12%, aos 119.006 pontos, com uma sessão favorável para as ações da Petrobras e de bancos.

Agentes financeiros reagiam positivamente nesta terça a uma reportagem da Bloomberg que sugeriu que membros da equipe econômica de Trump estão considerando movimentos graduais na implementação de prometidas tarifas de importação, reduzindo um pouco do pessimismo em relação à medida.

Mas a notícia unicamente impedia o dólar de proceder com maior força no exterior, uma vez que os investidores continuam se ajustando à perspectiva de uma abordagem mais cautelosa do Fed (Federalista Reserve, o banco mediano dos EUA) em seu ciclo de retardamento monetário, depois de dados fortes de trabalho divulgados na semana passada.

A leitura da inflação ao consumidor no país em dezembro, a ser divulgada na quarta-feira, pode moldar ainda mais o humor dos mercados e até amplificar a aversão ao risco caso os números venham supra do esperado.

Atualmente, operadores esperam que o Fed mantenha os juros inalterados na reunião deste mês e realize somente um incisão de 25 pontos-base até o término do ano.

Outrossim, o índice de preços ao produtor (PPI, na {sigla} em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,2% em dezembro diante de 0,4% no mês de novembro, segundo dados do Departamento do Trabalho divulgados nesta terça.

No período de 12 meses até dezembro, o índice acelerou para 3,3%, posteriormente um aumento de 3,0% em novembro. A aceleração na taxa anual refletiu os preços mais baixos do ano pretérito, principalmente dos produtos de vontade, que saíram do operação.

Apesar dos dados, é improvável que o oferecido mude a previsão de que o Fed deixará a taxa de juros inalterada até o segundo semestre deste ano, em meio à resiliência do mercado de trabalho.

Nesta quarta (15), será divulgado o CPI, índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos.

Na cena doméstica, o início do ano tem fornecido poucos impulsos para as negociações, diante da relativa escassez de novos dados econômicos e com a agenda política em Brasília ainda fraca em meio ao recesso do Congresso.

O principal receio do mercado segue sendo o compromisso do governo com o estabilidade das contas públicas, com entrevistas recentes de membros do governo fornecendo qualquer conforto com a promessa de mais medidas fiscais para nascente ano.

Na última sexta-feira, Haddad disse em entrevista à GloboNews que o governo segue estudando novas iniciativas para sanear as contas públicas, acrescentando que “só o que se faz” na Herdade é estudar novas iniciativas.

Já o secretário-executivo da Herdade, Dario Durigan, afirmou em entrevista ao jornal O Mundo que o governo deve adotar novas medidas fiscais neste ano.

De negócio com Durigan, as novas propostas de incisão de despesas e arrecadação devem iniciar a ser debatidas posteriormente a aprovação pelo Congresso do Orçamento de 2025, informou O Mundo.

O boletim Focus, divulgado nesta segunda pelo BC (Banco Medial), mostrou que a mediana das expectativas para o IPCA (Índice Vernáculo de Preços ao Consumidor Extenso) em 2025 agora é de subida de 5%, diante de 4,99% na semana anterior.

Para o término de 2026, a projeção para a inflação é de 4,05%, de 4,03% há uma semana.

O BC divulgou ainda uma novidade edição da lanço piloto da novidade pesquisa Firmus, que traz a percepção de empresas de fora do setor financeiro sobre seus negócios e as principais variáveis econômicas, apontando uma visão mais pessimista para a inflação nascente ano e no próximo.

O projeto-piloto do Firmus tem coletas trimestrais e o resultado divulgado nesta segunda diz saudação à percepção apresentada em novembro por 136 empresas participantes.

De negócio com os dados, as companhias projetavam em novembro que a inflação brasileira fechará 2025 em 4,20% na mediana das estimativas, supra dos 4% apontados no levantamento de agosto.

Em relação à atividade econômica, segundo a mediana da pesquisa Firmus, o PIB deste ano deve crescer 2%. Foi a primeira vez que as empresas foram questionadas sobre a atividade econômica para 2025.

A previsão ficou ligeiramente inferior dos 2,02% apontados no Focus desta semana.

Os agentes do mercado financeiro também acompanharam nesta segunda comentários do diretor de Política Econômica do Banco Medial, Diogo Guillen, em evento do Bradesco Asset, que disse que zero mudou na política do BC para atuação no câmbio.

Segundo Guillen, a meta de resultado primitivo do governo federalista de 2024 tende a ser cumprida, considerando o limite subalterno estabelecido, mas o quadro fiscal ainda demanda atenção.

O diretor apontou que a percepção de mercado captada pelo BC no questionário pré-reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) piorou em relação à situação fiscal.

“Há incertezas em relação ao cumprimento das metas nos próximos anos e as projeções dos analistas indicam trajetória crescente da dívida”, disse.

Também afirmou ter pouca incerteza de que a política de juros da autonomia está em patamar contracionista e está indo para “bastante contracionista”.

Em sua reunião de dezembro, o Copom elevou a Selic em 1 ponto percentual, prevendo mais dois ajustes equivalentes em janeiro e março, o que levará a taxa a 14,25% ao ano, se confirmada essa orientação.