Ainda sem disputar sequer uma final em 2024, Novak Djokovic decidiu apostar suas fichas em Wimbledon. Depois da dura derrota na final do ano passado, o tenista sérvio acelerou seu processo de recuperação para tentar resgatar a coroa no Grand Slam britânico, que começa nesta segunda-feira, em Londres. O número dois do mundo terá mais uma vez como principais rivais o espanhol Carlos Alcaraz e o italiano Jannik Sinner.
A missão, contudo, é ingrata. Djokovic abandonou Roland Garros, no mês passado, para fazer uma cirurgia no joelho direito. A recuperação foi mais rápida que o esperado e o sérvio confirmou presença tanto em Wimbledon quanto na Olimpíada de Paris-2024 que, em tese, seria sua grande prioridade para a temporada. Apesar disso, ele assumiu os riscos de jogar na rápida grama londrina às vésperas dos Jogos Olímpicos, que serão disputados no lento saibro de Roland Garros, no fim do mês.
A disposição do sérvio tem fundamento. Ele ainda não levantou troféu na temporada, sequer disputou uma final. Djokovic não passa em branco num ano desde 2005, seu terceiro como profissional. Seu melhor resultado num Grand Slam em 2024 foi a semifinal do Aberto da Austrália, quando caiu diante de Sinner, que veio a ficar com o título.
“Eu não consigo me ver recuando. Não me vejo fazendo cálculos ou sendo mais cauteloso nos movimentos em quadra”, disse o dono de sete títulos em Wimbledon, garantindo estar 100% para estrear na terça-feira, contra o checo Vit Kopriva (123º do ranking). “Eu vou com tudo, é assim que tenho jogado durante toda a minha carreira. E não vim aqui para jogar apenas algumas rodadas. Eu vim para o título.”
A favor de Djokovic está o sorteio da chave. Ele só cruzará com Alcaraz e Sinner, seus últimos algozes em Grand Slams, numa eventual final. Sinner é o atual número 1 do mundo, campeão na Austrália e forte candidato ao título na grama inglesa. Alcaraz, 3º do ranking, é o atual dono do troféu de Wimbledon, e vem embalado pela sua primeira conquista em Roland Garros, no mês passado.
LESÕES
Os problemas físicos podem se tornar a marca desta edição de Wimbledon. Além de não ter Rafael Nadal, que preferiu se preparar para a Olimpíada em razão das suas limitações físicas, o Grand Slam britânico corre o risco de perder a maior estrela local, Andy Murray. O dono de dois troféus do torneio mais tradicional do tênis mundial foi submetido a uma cirurgia nas costas há 10 dias.
Quase no sacrifício, garantiu que tentaria competir em Londres. Foi incluído na chave, mas levantou dúvidas entre os fãs e a organização de Wimbledon, que cogita até uma homenagem ao tenista, que pode fazer sua última participação da carreira na competição.
Na chave feminina, a preocupação se concentra em Aryna Sabalenka, então forte candidata ao título. A número três do mundo está voltando de lesão no ombro. “Não estou 100% preparada agora. Estamos fazendo tudo o que podemos com o meu time para garantir que poderei jogar minha primeira partida aqui, mas não, não estou 100%”, reforçou a belarussa.
O risco de uma queda precoce de Sabalenka aumenta o favoritismo da americana Coco Gauff. A número dois do mundo sai em vantagem em comparação à líder do ranking, Iga Swiatek, porque a polonesa não costuma ter bons resultados na grama de Londres. E, para piorar, pegou uma chave complicada no sorteio. Assim, o tênis feminino poderá ter mais uma surpresa em Grand Slam nesta edição de Wimbledon.
BRASILEIROS
O tênis brasileiro vem de uma dura ressaca em Roland Garros. Em Paris, homens e mulheres derrubaram marcas e tabus em número de participação, mas foram todos eliminados na estreia nas chaves de simples. Em Wimbledon, a história poderá ser diferente, mesmo com menos representantes.
Beatriz Haddad Maia, Thiago Wild, Thiago Monteiro e Felipe Meligeni terão estreias mais tranquilas desta vez. A maior expectativa vai recair novamente sobre Bia, com uma chave favorável. A número 1 do Brasil e 20ª do mundo poderá até repetir a boa campanha do ano passado, quando deixou a competição nas oitavas de final, em razão de dores nas costas.
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