SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O diretor Christophe Ruggia foi sentenciado, nesta segunda-feira (3), por exagerar sexualmente da atriz Adèle Haenel quando ela era menor de idade. Segundo o jornal The New York Times, a pena foi de quatro anos, dos quais dois serão cumpridos com tornozeleira eletrônica. Ruggia também deve remunerar Haenel uma indenização de € 50 milénio -cerca de R$ 302 milénio.

 

O jurisperito de Ruggia disse que o diretor planeja recorrer da decisão.

Segundo a atriz, o afronta começou quando ela foi escalada para o filme “Les Diables”, de Ruggia, lançado em 2002. Haenel, que na quadra tinha 12 anos, faz o papel de Chloé, uma órfã autista que foge com o irmão para encontrar os pais.

“Les Diables” retrata um relacionamento incestuoso, contém cenas sexuais entre crianças e closes de Haenel e outros atores menores de idade nus. Ela contou aos investigadores que certas cenas deixaram-na “muito desconfortável”.

Entre 2001 e 2004, a atriz ia quase semanalmente à morada do diretor, que supostamente encontrava pretextos para encontrá-la se aproximar dela e tocar suas coxas, genitais e seios.

Ela denunciou o diretor em 2019 por tê-la submetido a “assédio sexual manente”, incluindo “beijos forçados no pescoço” e toques.

Haenel -protagonista de “Retrato de Uma Jovem Em Chamas” e vencedora de dois César, o maior prêmio de cinema da França- foi a primeira grande atriz francesa a integrar o movimento MeToo e se manifestar contra a “complacência” em relação ao afronta sexual na indústria cinematográfica.’