O tempo voa e não perdoa. Há exatos 30 anos, Eric Cantona entrou para a história do futebol mundial pelos piores motivos. Naquela ocasião, o Manchester United, comandado pelo lendário Sir Alex Ferguson, visitava o Crystal Palace. Tudo parecia seguir normalmente até que o jogador galicismo recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. O caos se instaurou quando, ao ouvir uma enxurrada de insultos vindos das arquibancadas do Selhurst Park, Cantona decidiu reagir com um chuto que atingiu Matthew Simmons, um torcedor que teria descido próximo ao gramado para insultá-lo, dizendo que ele deveria “voltar para sua terreno”.

 

O caso chocou o mundo. Cantona foi suspenso pelo Manchester United e teve que enfrentar a justiça, sendo sentenciado a 120 horas de trabalho comunitário.

Matthew Simmons também foi responsabilizado por provocar Cantona. Ele foi sentenciado a remunerar uma multa de 500 milénio libras, perdeu seu assento cativo no estádio do Crystal Palace e foi renegado de entrar em qualquer recinto esportivo.

Muitos acreditam que a curso de Cantona perdeu força em seguida o incidente, que o afastou dos gramados por nove meses. Naquela temporada, o Manchester United acabou perdendo o título da Premier League para o Blackburn.

Na era, a diretoria do Manchester United chegou a cogitar isentar Cantona, mas Alex Ferguson interveio e optou por determinar as imagens do ocorrido no dia seguinte, com mais calma.

Apesar de toda a repercussão, Cantona nunca demonstrou compunção. Muro de dois anos detrás, em entrevista à renomada revista FourFourTwo, o ex-jogador afirmou que unicamente se arrepende de não ter chutado o torcedor com mais força.

“Não chutei com força suficiente. Devia ter oferecido um chuto mais possante. Nunca assisti às imagens porque eu sabia o que tinha feito. Minha vivenda estava cercada por jornalistas, eles até bloqueavam a luz. Faço as coisas sem me levar a sério. Até naquele chuto, eu não me levei a sério. Não achei que precisava ser responsável pelo que era. Não. Eu era um jogador e um varão. Só queria fazer o que quisesse. Se eu quisesse percutir em um torcedor, eu batia. Não sou um protótipo a ser seguido, nem um professor para ensinar porquê devemos nos comportar. Acho que, quanto mais observamos a vida, mais entendemos que ela é um circo”, disse Cantona, no seu estilo característico.

Reviva o famoso chuto de Cantona explorando a galeria de fotos.

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