Deloitte investe para crescer em consultoria

Integrante do grupo das quatro grande consultorias de escala global, o chamado “big four”, a Deloitte quer alavancar seus serviços, especialmente em transformação digital. Para dar conta dessa tarefa no Brasil, a empresa pretende investir R$ 400 milhões para potencializar o crescimento da área. O objetivo o faturamento em 60% o faturamento no País em um período de três anos.

Segundo o CEO da empresa no País, Altair Rossato, a demanda por consultoria está forte por aqui. Com mais empresas buscando profissionalizar a gestão, realizar a transformação digital ou simplesmente sobreviver às sucessivas crises, a área de consultoria cresceu 26% no ano passado por aqui, contra 8% da Deloitte como um todo. Esses números também são maiores do que os registrados pela Deloitte global: 5,5% de expansão do faturamento geral e 7,1% na área de consultoria.

“O ano de 2020 foi extraordinário, já que todos previam situações mais trágicas no mundo dos negócios do que realmente aconteceu”, diz Rossato.

O crescimento deu força para a companhia colocar o plano de investimentos e também ampliar a sua operação no Brasil. Abriu, por exemplo, uma base em Uberlândia (MG). Além disso, está indo para o Porto Digital, no Recife, criar uma área de tecnologia. Atualmente, a Deloitte já possui um hub de tecnologia na cidade de Campinas (SP). Segundo Rossato, a empresa também teve forte crescimento em regiões como Joinville e Florianópolis (SC), onde costuma trabalhar com empresas de médio porte.

“São empresas que são bem diferentes umas das outras: enquanto algumas precisam de ajudar para desenhar uma estratégia inicial, outras buscam parceiros e até mesmo miram o IPO”, afirma ele.

A área de transformação digital é a que deve receber mais investimentos até 2024 – cerca de R$ 200 milhões. Para apoiar essa linha de negócios, a empresa firmou ou ampliou as parcerias de negócios com frentes de tecnologia, como SAP, Google, Oracle e Salesforce.

O mercado de consultoria deve continuar em alta nos próximos anos, segundo Fábio Andrade, professor de do MBA executivo em marketing da ESPM. “As perspectivas para essas consultorias são muito boas e também está abrindo caminho para outras empresas além das quatro grandes”, afirma Andrade.

Não faltam tecnologias para as quais as empresas precisarão se adaptar em um futuro breve, como inteligência artificial, 5G e internet das coisas, diz. Segundo previsões da consultoria americana Grand View Reserach, o mercado de transformação digital deve movimentar US$ 800 bilhões até 2025.

Não à toa, a CI&T, especializada em transformação digital, quer realizar um IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) na bolsa americana até o fim do ano. Recentemente, a CI&T adquiriu a Dextra, especializada na criação de produtos digitais, como aplicativos. Juntas, as empresas vão ter faturamento de cerca de R$ 1,4 bilhão e mais de 5 mil funcionários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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