O resultado das transações correntes ficou negativo em fevereiro deste ano, em US$ 2,815 bilhões, informou nesta segunda-feira, 27, o Banco Central. Este é melhor desempenho para meses de fevereiro desde 2017, quando o saldo ficou negativo em menor intensidade: US$ 539,2 milhões. Em janeiro, o resultado foi deficitário em US$ 8,791 bilhões.
O número da conta corrente em fevereiro ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 7,900 bilhões a US$ 2,000 bilhões (mediana negativa em US$ 5,000 bilhões).
Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 2,509 bilhões em fevereiro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,029 bilhões.
A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 3,435 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 3,249 bilhões.
Acumulado
No acumulado do ano até fevereiro, o rombo nas contas externas soma US$ 11,897bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 49 bilhões em 2023. A projeção foi feita no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro e será atualizada no documento desta semana.
Nos 12 meses até fevereiro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 54,414 bilhões, o que representa 2,78% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o menor déficit em proporção do PIB desde abril do ano passado, quando ficou em 2,56%.
Lucros e dividendos
A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 2,094 bilhões em fevereiro, informou o Banco Central. A saída líquida é inferior aos US$ 2,933 bilhões que deixaram no Brasil em igual mês do ano passado, já descontadas as entradas. Em janeiro, o saldo foi deficitário em US$ 4,500 bilhões.
No acumulado de 2023 até fevereiro, houve saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos, de US$ 6,594 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 4,641 bilhões em fevereiro, ante US$ 2,242 milhões em igual mês do ano passado. Em janeiro, o gasto foi de US$ 3,330 bilhões. No acumulado do primeiro bimestre, essas despesas alcançaram US$ 4,641 bilhões.
Viagens internacionais
A conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 339 milhões em fevereiro, informou o Banco Central. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. No segundo mês de 2022, o déficit nessa conta foi de US$ 445 milhões.
O desempenho da conta de viagens internacionais em fevereiro foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 868 milhões. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 529 milhões no período.
No acumulado do ano até fevereiro, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 980 milhões. No mesmo período do ano passado, o déficit nessa conta foi de US$ 714 milhões.
Dívida externa bruta
A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em fevereiro é de US$ 321,920 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2022 terminou com uma dívida de US$ 319,634 bilhões.
A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 250,735 bilhões no segundo mês deste ano, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 71,185 bilhões no fim de fevereiro.
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