A alta do petróleo fez subir a defasagem dos preços internos dos combustíveis no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), aumentando a pressão por reajustes da Petrobras para manter a paridade com os preços de importação (PPI), política adotada pela estatal desde 2016.
Na terça-feira, 5, os preços médios da gasolina estavam 9% abaixo do mercado internacional e o diesel 8% mais barato, o que daria margem para a Petrobras conceder aumentos de R$ 0,31 e R$ 0,43 por litro nas refinarias, respectivamente, para voltar à paridade.
No mercado baiano, atendido pela Refinaria de Mataripe, unidade privada controlada pela Acelen, a defasagem do óleo diesel chega a atingir 10%, enquanto a gasolina com maior diferença de preços com o mercado externo foi observada no porto de Araucária, Paraná, de 12%.
Segundo a Abicom, todos os mercados estão desfavoráveis para importação dos dois combustíveis.
No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), o risco de déficit de diesel – cuja demanda aumenta no segundo semestre do ano no País, por conta da safra agrícola -, subiu de 32 milhões de litros no início de setembro para 115 milhões de litros em boletim publicado esta semana. A entidade informa, no entanto, que esse déficit deve ser coberto por estoques de produtores e distribuidores.
Apesar do momento ser favorável ao aumento de preços no mercado interno, a Petrobras está sendo pressionada pelo governo para manter os preços até o segundo turno das eleições. Especialistas avaliam que o câmbio pode ajudar a estatal a manter os preços atuais, se não subir muito, mas se o barril ultrapassar os US$ 100 será muito difícil justificar a falta de repasse para o consumidor.
Nesta quinta-feira, o petróleo do tipo Brent, usado como referência pela Petrobras, subia 0,29%, cotado a US$ 93,64 o barril para os contratos de dezembro. Nesta terça, o dólar à vista fechou com alta de 0,31%, a R$ 5,1840. O dólar futuro de novembro terminou a sessão com ganho de 0,33%, aos R$ 5,2240.
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