De Campos Neto a Crivella, saiba quem é contra e quem é a favor do fim da escala 6×1

DANIELE MADUREIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de autoria da deputada federalista Erika Hilton (PSOL-SP) prevê a cessação da graduação de seis dias trabalhados por um de folga (6×1) e já ultrapassou o mínimo de assinaturas necessário para ser protocolada e inaugurar a tramitar na Câmara dos Deputados.

 

A discussão a reverência da redução da trouxa horária trabalhada no Brasil, com a manutenção dos salários, ganhou repercussão nas redes sociais, entre parlamentares, autoridades e entidades patronais e da sociedade social. Nesta quinta (15), foram realizadas manifestações em prol da PEC em diversas capitais do país, porquê São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte e Porto Satisfeito.

“É um texto que vai trazer honra e qualidade de vida aos trabalhadores brasileiros”, disse Erika Hilton, durante entrevista coletiva depois de obter a quantidade de assinaturas exigida para a tramitação.

Alguns economistas defendem até uma semana de quatro e não cinco dias de trabalho -essa última foi implementada pelo empresário Henry Ford, nos anos 20 do século pretérito. “A verdade é que há muito valor econômico no tempo de lazer”, diz o economista português Pedro Gomes, professor de economia da Universidade de Londres.

Existem, no entanto, posições contrárias à PEC, principalmente por segmento de entidades patronais. Na opinião de boa segmento dos empresários, a redução da graduação vai exigir contratação de mão de obra extra, o que aumentaria os custos, que poderão ser repassados para o consumidor. Ou logo uma graduação reduzida pode levar as empresas a reduzirem os postos de trabalho, aumentando a trouxa de quem continua empregado.
Confira, a seguir, algumas opiniões a reverência da PEC:
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CONTRA O FIM DA ESCALA 6X1
Alexandre Furlan, presidente do Juízo de Relações do Trabalho da CNI (Confederação Vernáculo da Indústria): “A melhor via para estabelecer jornadas de trabalho é a negociação”

Antonio Carlos Vilela, vice-presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro): “No cenário atual, a redução da jornada é um risco ao desenvolvimento do nosso país”

José Roberto Tadros, presidente da CNC (Confederação Vernáculo do Negócio de Bens, Serviços e Turismo): “Aumento inevitável na folha de pagamento pressionará ainda mais o setor produtivo e pode resultar na urgência de reduzir o quadro de funcionários”

Josué Gomes, presidente Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo): “Redução de jornada de trabalho deve ocorrer por negociações coletivas”

Luciano Hang, possuidor da rede de lojas Havan: “Brasílico não quer trabalhar menos”

Nikolas Ferreira, deputado federalista PL-MG: “O projeto é terrivelmente elaborado”

Paulo Solmucci Júnior, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes): “Não vejo chance de uma teoria estapafúrdia dessa prosperar”

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Medial do Brasil: “Vai aumentar o dispêndio do trabalho e enaltecer a informalidade”

Sergio Mena, presidente da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias): “Também adoraria trabalhar menos tempo. Mas porquê entregar resultado e atender o público num setor porquê o nosso?”

Silas Malafaia, pastor, líder da Reunião de Deus Vitória em Cristo: “Pode se levar a sério alguma coisa que vem do PSOL?”

Sóstenes Cavalcante, deputado federalista PL-RJ: “Leste é um tiro de morte no coração da economia”

A FAVOR DO FIM DA ESCALA 6X1
Cleitinho Azevedo, deputado federalista Republicanos-MG: “Meu pai trabalhou [na escala] 7×0. Teve que morrer para resfolgar”

Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil: “É uma tendência à medida que a tecnologia avança e você pode fazer mais com menos pessoas”

Henrique Vieira, deputado federalista PSOL-RJ: “A jornada 6×1 é exaustiva, degradante, precariza a vida do trabalhador”

Luiz Oceânico, ministro do Trabalho e Trabalho: “A jornada 6×1 é cruel”

Marcelo Crivella, deputado federalista Republicanos-RJ: “Espero que as pessoas tenham mais tempo de ir à igreja e se destinar a causas sociais”

Pedro Gomes, professor de economia da Universidade de Londres: “A semana de quatro dias é a melhor forma de organizar a economia no século 21”

Rick Azevedo, vereador eleito pelo PSOL-RJ e fundador do movimento VAT (Pela Vida Além do Trabalho): “Graduação 6×1 é uma escravidão moderna, incompatível com a honra do trabalhador”

Tabata Amaral, deputada federalista PSB-SP: “Precisamos pensar em incentivos para as pequenas empresas contratarem”