(FOLHAPRESS) – A cúpula da Câmara dos Deputados aguarda a eleição do novo comando da Lar para negociar diretamente com o presidente Lula (PT) a reforma ministerial, driblando o responsável pela fala política, Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais).

 

Embora Padilha tenha recebido essa atribuição de Lula, os deputados não reconhecem no ministro legitimidade para a tarefa. Essas lideranças esperam a chegada de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara para negociar com o presidente da República.

Também fizeram chegar ao Palácio do Planalto a informação de que preferem que os presidentes de partidos não sejam procurados pelo governo, para que toda a negociação seja conduzida pelo Congresso Pátrio.

De concórdia com relatos feito à reportagem, a cúpula da Câmara já tem um imagem do que gostaria que acontecesse na reforma, com subida de líderes para ministérios do petista.

Na avaliação dos deputados, esse novo imagem, que já chegou a integrantes do Planalto, daria estabilidade na relação de forças com o Senado e garantiria a governabilidade à gestão petista. Hoje, os deputados se sentem subrepresentados na Esplanada de Lula.

Nesse projecto, está a ida do atual presidente da Lar, Arthur Lira (PP-AL), para o Ministério da Lavra, hoje chefiado pelo senador licenciado Carlos Fávaro, do PSD.

Um coligado do alagoano diz que Lira cobiça a pasta da Saúde, que tem adiante Nísia Trindade, mas reconhece ser remota essa possibilidade, diante da estrutura robusta do ministério. A gestão de Nísia sofre críticas entre congressistas e integrantes do próprio governo, que cobram dela uma marca para sua gestão.

A ida para a Lavra daria visibilidade a Lira, que pretende concorrer a uma vaga ao Senado em 2026. A cúpula da Câmara avalia que o governo ganharia com essa troca porque o parlamentar poderia produzir pontes com o agronegócio, setor no qual ainda há resistências à gestão petista.

Aliás, ele poderia frear a postura de oposição ao governo da Frente Parlamentar da Agropecuária, uma das forças mais expressivas do Congresso, já que o presidente do grupo, Pedro Lupion (PP-PR), é coligado de Lira.
Integrantes do PP dizem ainda que esse movimento poderia desencadear, mais adiante, uma eventual neutralidade do partido na eleição presidencial em 2026.

A nomeação de Lira exigiria, no entanto, mudanças em outras pastas, porquê a provável saída de André Fufuca (PP) do Ministério dos Esportes.

Também levaria à exoneração de Fávaro, a quem Lula é grato por seu escora na eleição presidencial.

Além do apreço pessoal de Lula, Fávaro tem sido muito estimado pela interlocução mantida com agronegócio. Sua saída implicaria mais mudanças além das já esperadas no espaço ocupado pelo PSD.

Uma mudança reivindicada pela cúpula da Câmara é a ida do líder do PSD, Antonio Brito (BA), para o Ministério do Desenvolvimento Social, hoje chefiado pelo senador petista Wellington Dias.

Brito foi candidato à sucessão de Lira, mas acabou desistindo em novembro, posteriormente Hugo Motta conseguir escora de um leque de partidos, indo do PT de Lula ao PL de Jair Bolsonaro. Ele era considerado o nome mais governista entre os candidatos.

Desde o termo do ano pretérito, a bancada do PSD na Câmara indicou ao Executivo que não se sente atendida com o Ministério da Pesca, chefiado pelo ex-deputado André de Paula.

Na avaliação dos deputados, a ida de Brito para a pasta de Desenvolvimento Social, que tem sob seu guarda-chuva programas porquê Bolsa Família, daria grande visibilidade à bancada e traria ganhos políticos à Câmara porquê um todo, já que o parlamentar circula muito em diversos partidos na Lar.

Ainda que mantenham boa relação com Brito, petistas resistem à nomeação de um nome de outro partido para a pasta, cujas ações são identificadas com a agenda do PT.

Outro petista na mira dos deputados é o próprio Padilha. Seu função é reivindicado para o líder da bancada do MDB, Isnaldo Bulhões Jr. (AL). Isnaldo é da renque lulista do MDB, tem bom trânsito com deputados e senadores e é um dos congressistas mais próximos do ministro da Quinta, Fernando Haddad (PT).

Aliás, é um coligado de primeira hora de Hugo Motta e mantém boa relação com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), predilecto para assumir o comando do Senado a partir de fevereiro.

A indicação de seu nome esbarra no traje de o MDB já relatar com três ministérios, ocupados por Renan Rebento (Transportes), Jader Rebento (Cidades) e Simone Tebet (Planejamento). Seria mais um integrante do partido a ocupar uma pasta, sendo alagoano porquê Renan Rebento.

Nesse imagem, não está prevista movimentação do atual líder do União Brasil, Elmar Promanação (BA), para um ministério. Ele também foi candidato à presidência da Lar, chegou a ser considerado o predilecto para ter escora de Lira na disputa, mas foi preterido –e, desde portanto, rompeu com o alagoano, com quem mantinha amizade.

O União Brasil quer indicá-lo para ocupar um função na Mesa Diretora, mais especificamente a segunda vice-presidência. Há também conversas para uma provável vaga no TCU (Tribunal de Contas da União).

Apesar do movimento de exclusão de Padilha, o ministro tem sido informado das indicações dos congressistas e conversa diretamente com Lula sobre o planta da Esplanada.

Sua tarefa é apresentar ao presidente cenários para a montagem do novo ministério, a partir das reivindicações do Legislativo. A teoria era que o projecto estivesse pronto na semana que vem para ser posto em prática logo posteriormente a eleição do Congresso.

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