“Cuca, Cuca, Cuca…”, gritaram os jogadores no vestiário do Santos para homenagear o treinador. Ali estavam muitos jovens que ganharam a primeira chance como profissional através do agora ex-comandante santista. Com a mãe, Nilde, e a filha mais velha, Maiara, diagnosticadas com covid-19 e a necessidade de internação em Curitiba, o técnico teve sua passagem abreviada para acompanhá-las no tratamento e recuperação. Deixa o clube feliz e agradecendo pelo “grande trabalho.”
“Foi um dos melhores trabalhos da minha profissão, porque jogamos grande futebol em alguns momentos, como diante de Boca Juniors e Grêmio. Isso deixa a gente feliz”, afirmou, emocionado com o adeus, neste domingo, após o empate por 1 a 1 com o Fluminense.
Cuca fecha sua terceira passagem pelo Santos com 44 jogos disputados, 18 vitórias, 14 empates e 12 derrotas. No total são 85 partidas, com 31 vitórias, 27 empates e 27 derrotas. Conseguiu levar a equipe à final da Libertadores e quase conquistou a América mais uma vez.
“Eu saio muito contente com o trabalho. Foi árduo e difícil, mas ao tempo muito compensatório. As coisas foram feitas com prazer, como falei na apresentação. Sentia que era lugar para aparecer o trabalho e apareceu”, afirmou. “Foi um trabalho prazeroso. Ele é muito cansativo em todos os sentidos porque eu me cobro muito. Perdoo todo mundo, mas não me perdoo”, seguiu. “Sempre busco motivo por não ter feito isso ou aquilo, ter sido expulso, colocar esse ou aquele. Sou assim e não adianta.”
O treinador sai com a certeza de deixar muitas opções para Ariel Holan, que deve assumir nos próximos dias. São diversos meninos lançados pelo treinador, que fez questão de reconhecer um a um.
“Aprendi que temos de valorizar tudo que temos. Nunca pudemos contratar e não falamos disso. Trabalhamos com os meninos e essa valorização valeu a pena”, garantiu. “Os jogadores foram ponta firme em todos os sentidos. Formamos uma família e brotaram muitos filhos, meninos. Foram amadurecendo dentro das competições, chegando à final da Libertadores perdida em um lance e muito próximo do objetivo que é ficar na próxima Libertadores”.
Ao falar dos meninos, Cuca até soltou alguns risos, algo difícil numa despedida. Ele fez questão de frisar que o lançamento dos jovens é o que mais ficará marcado nessa passagem.
“Lançar meninos como Ângelo no Maracanã. Esse menino vai ser um baita jogador, pode escrever. Tem 16 anos, quem é pai sabe. É um adolescente. Com 18, 19 ou 20 anos, vai ser um fenômeno”, enfatizou. “Balieiro, Sandry, Ivonei, Marcos Leonardo, Kaio Jorge… Vou esquecer nomes de alguns, mas foi o mais marcante pra mim, mais até do que os próprios jogos”.
O técnico foi homenageado com uma placa e acabou vítima do tradicional banho de gelo. O presidente do Santos, Andres Rueda, fez questão de enaltecer o treinador. “Ele foi mais do que um técnico, foi um gestor de pessoas. Uniu o time em busca dos objetivos. Foi fundamental, abraçou a molecada, deixou de lado os problemas de bastidores do clube, criou um clima excelente dentro do grupo e isso foi espelhado nos resultados. A sua participação foi um dos motivos, senão o maior, de termos esses feitos. Obrigado, Cuca!”, falou o presidente.
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