SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cristiano Ronaldo se considera o melhor jogador da história. O português respeita quem pensa de maneira dissemelhante e prefere, por exemplo, Pelé, Maradona ou Lionel Messi. Mas seu argumento é que nenhum outro planeta é tão completo.

 

“Eu faço tudo no futebol. Sou bom de cabeça, bato muito faltas, chuto de esquerda, sou rápido e sou possante”, disse o craque em entrevista ao meato “La Sexta”, divulgada nesta semana, em que ele completa 40 anos.

O português que nasceu no dia 5 de fevereiro de 1985 na cidade de Funchal, na Ilhéu da Madeira, ao menos tem razão ao listar suas habilidades. Ao longo de sua curso, acostumou-se a quebrar marcas, estabelecer recordes e reinventar-se em campo por meio de seu talento.

Considerando o critério mais amplamente adotado pelos europeus, ele é o maior bombeiro da história do futebol e está relativamente próximo do milésimo gol.

Na Europa, é geral que os veículos de prelo, os clubes e até os próprios jogadores valorizem exclusivamente os gols anotados em jogos por competições, convencionalmente chamados de “oficiais”, sem descrever amistosos. No caso de seleções, os amistosos são contabilizados.

Dessa forma, Pelé costuma ser retratado com “exclusivamente” 757 gols em seu histórico. Esse oferecido gera muita controvérsia, já que no Brasil as estatísticas acumuladas em amistosos também são contabilizadas pelos clubes. No caso do Rei do Futebol, a polêmica é ainda maior, pois o método europeu desconsidera o contexto da era. Muitos dos amistosos nos quais Pelé balançou a rede foram contra grandes equipes, incluindo europeias, porquê Milan, Inter de Milão, Real Madrid e Barcelona.

Ao todo, o Rei fez 1.283 gols na curso, 1.091 deles pelo Santos. Cristiano Ronaldo sempre tentou fugir dessa polêmica, embora já tenha dito em mais uma oportunidade que todos seus gols “estão registrados em vídeos”, sugerindo que os números de craques do pretérito nem sempre são confiáveis.
De convénio com o critério adotado pelos europeus e com dados do site especializado oGol, o português soma até hoje 923 gols em 1.263 partidas, sendo 788 com as camisas das equipes pelas quais atuou: Sporting, Manchester United, Real Madrid, Juventus e Al Nassr -ele fez, ainda, 39 gols em amistosos por esses times, o que eleva seu número, no padrão brasílio, a 962.

Com a camisa da seleção portuguesa, o craque acumula 135 gols, o que faz dele o maior bombeiro de uma equipe pátrio -o prateado Lionel Messi, com 112, é o segundo nessa lista.

Somando as vezes em que ele balançou as redes por um clube em jogo de campeonato ou por sua seleção, o atacante português tem uma considerável marca de 0,73 gol por jogo. A média de Messi, seu principal rival contemporâneo, é um pouco superior, 0,78 gol por partida, mas seu histórico tem menos gols: 856 em 1.100 jogos.

Ao considerar suas temporadas mais recentes, Cristiano Ronaldo mostra que chegou aos 40 com o faro de gol perfeito. Na jornada de 2023/24, sua primeira completa com a camisa do Al Nassr, aonde chegou em 2022, o atacante teve a destacável marca de quase um gol por jogo: foram 50 em 51 partidas.

Na atual temporada, já são 23 gols em 25 jogos. Apesar da ligeira redução, no ritmo atual, ele precisaria de tapume de 80 jogos para chegar ao milésimo antes de se reformar.

Embora reconheça que o dia em que vai pendurar as chuteiras está próximo, Cristiano Ronaldo sempre fez de tudo para prolongar sua curso. Sua dedicação aos treinos, seus cuidados com o corpo e a preocupação por recordes são muito conhecidos.

Os números já excepcionais foram construídos com diferentes versões de Cristiano. Desde sua estreia com a camisa do Sporting, passando pelo Real Madrid, até a mudança para o emergente futebol da Arábia Saudita, o português foi se transformando de um ponta explosivo e driblador em um atacante mais concentrado e oportunista.

Ao comentar sobre os desafios do gálico Kylian Mbappé no Real Madrid, o português disse que o jovem de 26 anos precisa aprender justamente essa função, mais centralizada, assim porquê ele entendeu.

“Mbappé não sabe jogar porquê atacante [central] porque essa não é a posição dele. Se eu estivesse no Madrid, eu o ensinaria a jogar porquê um 9, porquê Cristiano, porque eu também tive que aprender”, disse o português, que dá crédito a Alex Ferguson, seu técnico no Manchester United, pela frieza que adquiriu.

“Eu cheguei do Sporting e tinha um pouco a mentalidade portuguesa, era corajoso e tentava dar muitas pedaladas. Minhas decisões dentro de campo nem sempre eram as melhores”, disse ao Dazn. “Ferguson me ensinou a melhorar.”
Ronaldo acabou se consolidando na ponta esquerda, onde teve enorme sucesso no Real Madrid. Na equipe espanhola, jogar de ponta virado (destro pela esquerda) permitiu a ele fazer muitos gols chutando com seu pé preferencial, elevando seu número de gols. Foram 450 ao todo pelo time de Madri.

Já na secção final de sua passagem na Espanha, o jogador experimentou a transição para a posição mediano. Por vezes, começava na esquerda, mas tinha liberdade para flutuar.

Essa percepção de Cristiano Ronaldo porquê um camisa 9, mesmo com o famoso 7 às costas, ficaria mais evidente na Juventus. Sem a explosão e a velocidade de quando era mais jovem, viu a mudança porquê uma forma de continuar balançando a rede com frequência.

Foram três temporadas no time italiano, com uma média de 0,75 gol por jogo, 101 em 133 jogos. A média é menor do que a atual e ajuda a entender alguns dos motivos pelos quais o português trocou o futebol europeu pela Arábia Saudita, onde a exigência física costuma ser menor, o que permite ao craque continuar em procura de suas marcas individuais.