A nova alta de infecções pela covid-19 em São Paulo nas últimas semanas tem feito colégios particulares recomendarem o uso de máscaras em ambientes fechados. Nas escolas municipais e estaduais, não há novas orientações, ou seja, permanecem os protocolos sanitários estabelecidos anteriormente.
Na zona sul paulistana, o Colégio Santa Cruz encaminhou na quarta-feira, 16, um comunicado para pais e educadores, no qual recomenda o uso de máscara em ambientes fechados da escola (salas de aula, laboratórios, anfiteatro, escritórios e salas de reunião).
Conforme a escola – que voltou a computar os casos confirmados de covid-19 -, entre 4 e 10 de novembro, 20 alunos e 22 educadores tiveram diagnóstico positivo para a doença.
O circular enviada às famílias orienta que alunos com sintomas de doenças respiratórias busquem auxílio médico. Em caso de teste positivo, a recomendação é não frequentar as aulas por sete dias contados a partir da data do exame ou do primeiro sintoma. Mas, após o 5º dia, caso o aluno não apresente mais sintomas e receba resultado negativo em novo teste PCR, poderá ir à escola, com uso obrigatório de máscaras nos dois dias seguintes.
Já o Colégio Augusto Laranja, na zona sul, também enviou informe às famílias dos alunos e aos funcionários nesta quinta-feira, 17, para recomendar novamente a máscara em ambientes fechados.
Desde o dia 7 de novembro, já são 16 casos confirmados entre alunos e educadores na rede de ensino particular.
“O Colégio Augusto Laranja que, desde o início da pandemia, orientou-se por órgãos e consultorias especializadas para tomar decisões de forma segura e em linha com a ciência, volta a recomendar o uso de máscara em ambientes fechados, por conta do aumento de casos de covid-19 nas últimas semanas”, diz o comunicado.
Na quarta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que a nova vacina que protege contra as mais recentes variantes de coronavírus ainda não tem data para ser liberada no Brasil.
Também na zona sul da cidade, o Centro Educacional Pioneiro também já sugeriu o uso de máscaras por parte dos colaboradores e alunos da rede de ensino.
O Colégio Equipe, que fica na região central, também afirma que voltou a recomendar fortemente o uso de máscara facial. “Funcionários e professores já estão usando. Voltamos a recomendar também para os alunos”, disse Luciana Fevorini, diretora da escola.
Em virtude do aumento de casos de covid-19, a Escola Tarsila do Amaral, na zona norte, entende ser necessária a retomada do uso de máscaras. A recomendação foi feita nesta quinta-feira aos pais dos alunos e também educadores.
“Sabemos que não é agradável, mas temos que nos proteger, proteger as crianças e a nossa família. Faltam pouquíssimos dias letivos e a ideia é que passemos por essa ‘nova onda’ da covid-19 sem intercorrências”, informou a rede de ensino.
Já o Colégio Etapa afirma que está atento às orientações das autoridades de saúde locais sobre procedimentos recomendados para o controle de contágio do novo coronavírus. “Qualquer atualização sobre o uso de máscara será devidamente adotada pela instituição”, disse.
Outras escolas afirmaram para a reportagem que estão analisando internamente o número de casos para verificarem se voltam a recomendar o uso de máscaras.
“Vamos conversar com o nosso infectologista, mas provavelmente voltaremos a recomendar o uso de máscaras”, disse Ana Cristina Dunker, diretora da Escola Carandá Educação, localizada na zona sul.
Em nota, o Hospital Sírio Libanês, que assessora ao menos dez colégios na capital paulista desde o início do enfrentamento da covid-19, afirma que sugeriu o uso de mascaras em ambientes fechados. “Pedimos atenção ao afastamento de sintomáticos”, disse em nota. A entidade acrescenta ainda que segue as orientações governamentais.
Aumento de casos em SP
Entre 30 de outubro a 5 de novembro, foram notificados 9.805 casos na cidade de São Paulo. Já entre 6 e 12 de novembro, foram registrados 11.913 casos da doença, aumento de quase 20% em relação a semana anterior.
Nesta quinta-feira, a taxa de ocupação de UTI Covid-19 do município está em 67% e a de enfermaria voltada para a doença está em 62%.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) esclarece que segue monitorando diariamente o cenário epidemiológico de covid-19 na capital paulista por meio de notificações de casos, internações e óbitos.
Escolas públicas
A Secretaria Municipal da Saúde afirma ainda que mantém e segue critérios e protocolos médicos-científicos firmados pelo Comitê Científico do Estado de São Paulo e pelo Ministério da Saúde desde o início da pandemia.
“A utilização de máscaras de proteção permanece obrigatória nos locais destinados à prestação de serviços de saúde, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais. O uso segue recomendado em locais fechados, com aglomeração e em transportes públicos, para todas as pessoas”, disse em nota.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) segue os protocolos sanitários definidos pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Secretaria Municipal da Saúde.
“As áreas da Saúde e Educação fazem um trabalho conjunto visando o controle da transmissão de vírus na comunidade escolar. A SMS monitora as unidades escolares e dá suporte técnico para investigação de casos junto às UBS e Unidades de Vigilância em Saúde (UVIS)”, acrescenta a pasta.
Por sua vez, em razão do aumento de casos de covid-19, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) afirma que recomenda a utilização de máscaras em situações de maior risco de transmissão do vírus, como ambientes fechados, transporte público e locais com grande concentração de pessoas.
“Todas as escolas da rede seguem os protocolos sanitários, como higienização constante das mãos, higienização e ventilação dos ambientes, identificação e afastamento dos casos e monitoramento de seus contactantes. Se houver caso de estudante ou professor suspeito (dois ou mais sintomas) ou confirmado para covid-19, este deve permanecer em isolamento por 5 dias, conforme orientação médica”, disse em nota.
Orienta-se também às unidades escolares que, na ocorrência de casos, estes sejam notificados à Vigilância Sanitária do município.
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