Corpo de brasileira morta na Argentina passa por nova autópsia

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O corpo da brasileira Emmily Rodrigues, morta ao cair de prédio em Buenos Aires em março do ano passado, passa por nova autópsia nesta terça-feira (16) na Argentina.

A ideia é obter provas que mostrem que a jovem foi jogada da janela. Segundo o pai da brasileira, Aristides Gomes, o médico legista da família identificou lesões que foram produzidas por agressões antes da queda.

Marcas de queimaduras e arranhões ignoradas na primeira autópsia. Segundo o pai de Emmily, não levaram em conta queimaduras de cigarro na mão da modelo, nem arranhões de unhas no pescoço, e cortes.

“Foi confirmada a presença de DNA do imputado embaixo das unhas de Emmily, indicando claramente sinais de defesa, assim como a presença de DNA do imputado na blusa rosa de Emmily, que foi encontrada em cima da cama do quarto deste, o que indica a provável retirada do top a força”, destacou o pai da modelo.

Janela limpa. Aristides diz que a defesa também observou que a janela da qual Emmily caiu foi limpa, chegando a “remover parte da tinta branca da janela, o que indica que provavelmente buscaram limpar os rastros de sangue”.

Família questiona investigação. Além disso, o pai alega que a polícia argentina não utilizou o luminol – líquido que permite identificar resíduos de sangue – na janela, além de não terem lacrado totalmente o apartamento.

“Apenas em abril realizaram perícia na janela e foi informado que não havia sido encontrado sangue, o que é muito duvidoso, porque o próprio Francisco foi lesionado em seu antebraço direito nesta mesma janela”, argumenta.

O exame será acompanhado pelo legista Carmelo Napoli, indicado pela família de Emmily. Além disso, um perito contratado pela defesa do suspeito e uma junta de médicos da Justiça argentina.

RELEMBRE O CASO

Emmily morreu no dia 30 de março, por volta das 9h, após cair do sexto andar de um prédio no bairro Retiro, em Buenos Aires. A modelo participava de uma festa privada na casa de Francisco Sáenz Valiente e outras três mulheres: Juliana, Lía Alves e Dafne Santana, todas brasileiras que viviam na capital.

A brasileira foi encontrada nua pelos bombeiros. A polícia foi chamada por um morador de um prédio que disse que uma “mulher perturbada” havia caído do sexto andar;

Segundo o empresário, a modelo teria se jogado da janela. Valiente argumenta que Emmily teve um surto.

O empresário chegou a ser preso provisoriamente no início das investigações, mas foi solto. Valiente foi denunciado na Justiça por homicídio culposo – quando não há intenção de matar.