A vitória do Corinthians sobre o Grêmio neste domingo, 12, encaminhou a permanência da equipe na Série do Campeonato Brasileiro. Com 44 pontos, está a um empate da pontuação mágica que evitaria o rebaixamento à segunda divisão. De acordo com o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as chances são, nesse momento, inferiores a 1%. Tudo isso se deve principalmente à chegada de um nome: Mano Menezes, escolhido às pressas pelo presidente Duílio Monteiro Alves para substituir Vanderlei Luxemburgo e salvar o ano da equipe – e vem tendo resultado.
Desde que retornou ao clube para sua terceira passagem (comandou o clube entre 2008 e 2010, quando saiu a convite da CBF para treinar a seleção brasileira, e 2014), o time alvinegro teve uma melhora considerável em seu desempenho – apesar de ter sido eliminado para o Fortaleza, na Copa Sul-Americana, em sua estreia. Desde a 26ª rodada, quando comandou o time no duelo com o Flamengo pelo Brasileirão, o Corinthians é o time que menos perdeu na competição: apenas uma derrota, diante do Red Bull Bragantino.
Foram nove partidas no período, com três vitórias, cinco empates e uma derrota – um aproveitamento de 51%. Os números são superiores ao de Goiás e Cruzeiro, que rivalizam com o Corinthians na luta contra o rebaixamento, Botafogo, Athletico-PR e do Fluminense, campeão da Libertadores no período. Palmeiras, atualmente na liderança do Brasileirão, somou quatro pontos a mais do que o rival paulista no cenário dos últimos nove jogos.
Antes da chegada de Mano, o Corinthians foi a equipe que, ao lado do Grêmio, mais cedeu chances aos adversários por jogo (cerca de 16 finalizações em direção à meta defendida por Cássio a cada partida) e tinha sido vazado 31 vezes – média de 1,24 por jogo. Com o treinador, que tem uma característica mais defensiva, os números absolutos tiveram uma melhora: oito gols sofridos (inferior a um por jogo), sendo três no empate por 3 a 3 com o Fluminense, mas o time ainda cede muitas oportunidades ao adversário (que é uma preocupação do treinador).
Em média, cada rival do Corinthians finalizou 18,7 vezes a cada partida. A média é superior àquela que o time obteve no período em que foi treinado por Luxemburgo e evidencia uma adaptação do elenco ao treinador – e vice versa. Na vitória contra o Grêmio, em Porto Alegre, Mano mandou a campo uma defesa composta por três zagueiros (Caetano, Bruno Méndez e Lucas Veríssimo), apoiada por Fagner e Matheus Bidu nas laterais. É uma forma encontrada pelo treinador para fortalecer o setor, mas que foi pouco observada no duelo: o zagueiro uruguaio foi expulso ainda na etapa inicial. “Fizemos uma linha de três, foi pouco tempo, mas deu para ver. A equipe já tinha feito jogos lá atrás com esta formação de linha de três”, pontou o treinador em entrevista coletiva após duelo com o Grêmio.
O resultado dessa estratégia é que o Corinthians tem uma das defesas mais sólidas da competição. Para ser vazado, os rivais precisam, em média, de 21 chutes para marcar, segundo levantamento do Estadão. Antes de sua chegada, a melhor marca nesse quesito era do Botafogo, que precisava de 20,4 finalizações até ser vazado. Considerando apenas as últimas nove partidas, o Corinthians de Mano é superior neste critério – tendo sofrido até menos gols do que o Palmeiras (10 contra oito).