(UOL/FOLHAPRESS) – O pai de uma das vítimas do acidente entre um ônibus universitário e um caminhão só conseguiu confirmar a morte da filha quase seis horas depois o acidente. Ao menos 12 pessoas morreram e 19 ficaram feridas na colisão ocorrida em Ribeirão Preto, no interno de São Paulo.
O jubilado Esdraz Luiz só conseguiu confirmar que a filha Lívia Tavares Luiz, 23 anos, era uma das vítimas no final da madrugada. A estudante cursava o terceiro ano de enfermagem na Universidade de Franca.
“Ela sempre costuma mandar mensagem avisando que estava chegando, porque eu buscava ela”. Ontem à noite, depois de não receber a mensagem da filha, Esdraz ficou apreensivo. A notícia de um acidente na pista chegou por uma colega da esposa dele. A família chegou a ir até o lugar do acidente, “a lateral do ônibus estava totalmente destruída”, afirmou Esdraz.
Família seguiu procurando informações nos hospitais de Nuporanga e São Joaquim da Barra. “Fomos ligando em outros hospitais e também não tinham informações”. A confirmação da morte de Lívia chegou unicamente por volta das cinco horas da manhã. “Minha esposa está arrasada. O coração está doendo de mais”.
“Ela estava jubiloso porque ia virar enfermeira. Ano que vem ela iria fazer estágio e, pra não morar em franca, ela iria dividir o combustível com uma colega. Estava com a vida toda planejada já. Queria se formar e principiar a trabalhar”, disse Esdraz Luiz, pai de Livia Tavares.
ÔNIBUS LEVAVA UNIVERSITÁRIOS
Ônibus transportava estudantes de São Joaquim da Barra que voltavam da Unifran (Universidade de Franca). O acidente ocorreu por volta das 23h de quinta-feira (21) entre os municípios de Nuporanga (SP) e São José da Bela Vista (SP) na SP-355/330, a 71 km de intervalo da universidade. A estrada vicinal onde aconteceu o acidente é de responsabilidade da prefeitura de São José da Bela Vista.
Vítimas têm entre 17 e 52 anos. Imagens mostram que o lado esquerdo do ônibus ficou destruído com a pancada. Os estudantes que estavam sentados ali sofreram o maior impacto.
Até o momento, a polícia confirmou o nome de quatro mortos. Entre eles: Pedro Henrique Souza Saraiva, 17, João Pedro de Oliveira dos Reis, 19, Hugo dos Santos Aliberte Dias, 19, e Matheus Jesus Eugenio dos Santos, 19.
Tapume de 30 pessoas estavam nos dois veículos, a maioria delas estudantes. Os feridos foram levados para o Pronto-Socorro e a Santa Lar de São Joaquim da Barra e para o Hospital São Geraldo, em Nuporanga, de pacto com informações preliminares da Polícia Militar. O resgate foi concluído por volta das 4 h desta madrugada.
QUEM SÃO AS VÍTIMAS DO ACIDENTE
Leandro Antonio da Silva, 37, motorista do ônibus
Eduardo Henrique de Andrade Justino, 42
Luana da Silva dos Santos, 24
Sara Cristina Caldeira, 18
Maria Clara Silva Azevedo, 19
Weiglas Chrystian Silva, 22
Matheus Silveira Ferreira Manso, 17
Rafael Fávero Altino de Lima, 21
João Pedro Ferreira França, 17
Lucas Roble Oliveira Bonfim, 19
Matheus Willian Lima de Oliveira, 21
Laís de Oliveira Ferreira, 17
Eliana Candida da Silva, 41
Eros Roble Medeiros, 22
Priscila Teixeira Lombardi, 20
Sophia Peraro Oliveira, 19
Julia Rayanna Giovanini Borges, 20
Pedro Luis Galdino de Souza, 21
Pedro Henrique Souza Saraiva, 17 (vítima trágico)
Juliana Neves Hespanhol, 19
João Pedro de Oliveira dos Reis, 19 (vítima trágico)
Raquel Laila Caldeira, 21
Caio Felizardo da Silva, 26
Hugo dos Santos Aliberte Dias, 19 (vítima trágico)
Jean Carlos dos Reis, 52
Matheus Jesus Eugenio dos Santos, 19 (vítima trágico)
Flavia Mendes dos Santos, 24
Vinicius Promanação dos Santos, 18
CAMHINHONEIRO FUGIU APÓS ACIDENTE
Motorista do caminhão foi recluso em flagrante. Polícia afirmou que condutor do veículo se escondeu em canavial depois o acidente e foi retido por preterição de socorro. Ao depor, ele alegou que não ficou no lugar porque estava com pânico de ser agredido.
Causas do acidente ainda são investigadas. O trecho da rodovia onde aconteceu o acidente é de pista simples. As primeiras informações são de que o caminhoneiro teria perdido o controle do veículo depois transpor um pouco da pista principal e tentar retornar.
Unifran decretou luto solene de três dias e disse que colocou atendimento psicológico à disposição da comunidade. As aulas de hoje foram suspensas. “É com muita tristeza e tarar que recebemos a notícia que nossos alunos tiveram seus sonhos interrompidos em um trágico acidente nesta madrugada. Neste momento, a Universidade está priorizando a acolhida de seus alunos e docentes, assim uma vez que dos familiares”.
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