SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Consumidores que preveem procurar crédito em bancos digitais no pós-pandemia destacam entre suas motivações para buscar essas instituições a agilidade no processo e a possibilidade de encontrar condições de pagamento melhores do que as oferecidas por outras instituições.
Por outro lado, quem irá procurar bancos tradicionais cita entre suas motivações o fato de já possuir uma conta em instituição do tipo, o que facilita o processo, e a maior segurança e confiabilidade das companhias mais estabelecidas.
O resultado faz parte de uma pesquisa com 2.068 pessoas feita pela Serasa e pela Opinion-Box. O levantamento online foi feito entre os meses de junho e julho.
Segundo a Serasa, 63% dos consultados pretendem usar crédito quando a economia brasileira se recuperar da pandemia. Desses, 58% irão procurar bancos tradicionais e 53% devem recorrer a bancos digitais.
Entre os que buscarão as instituições online, 57% dizem ser motivados pela baixa burocracia no processo. Para os clientes de bancos tradicionais, apenas 16% apontaram o mesmo motivo.
Em relação às taxas de juros, 35% dos clientes dos bancos digitais disseram que vão procurar essas instituições porque elas oferecem condições mais favoráveis. Quando se consideram os bancos tradicionais, 20% dizem que as taxas são menores neles.
O banco tradicional sai na frente por ter relacionamento com os clientes. Dos que irão buscar essas empresas, 52% dizem que farão isso por já terem conta neles. Segurança e confiança também são vantagens das empresas estabelecidas, citadas por cerca de 40% de seus clientes e apenas 20% dos que vão recorrer a bancos digitais.
Segundo Amanda Rapouzo, gerente da Serasa, para o público bancarizado o primeiro contato na hora de buscar financiamento costuma ser com a instituição em que a pessoa já é cliente. Com isso, o relacionamento com os consumidores e as informações que os bancos tradicionais possuem são ativos importantes na disputa com as novas empresas.
Por outro lado, o consumidor agora tem acesso a mais alternativas quando tem seu pedido recusado ou recebe uma proposta de seu banco principal que não lhe agrada. Com o tempo, conhecer mais instituições e passar a comparar suas ofertas tende a se tornar um hábito dos clientes.
De acordo com a pesquisa, os bancos digitais foram buscados por 37% dos consumidores que tiveram crédito negado na pandemia como alternativa para reverter a situação. Outros 28% desistiram do empréstimo e 27% buscaram ajuda de amigos e familiares.
O desafio para os bancos digitais e as fintechs, segundo Rapouzo, é conseguir dados sobre clientes suficientes para poder fazer uma boa análise do risco de emprestar para eles.
O cenário pode mudar em favor delas com o avanço do open banking, plataforma que o Banco Central vem implantando para viabilizar o compartilhamento de informações sobre crédito de consumidores entre instituições financeiras, avalia Rapouzo.
Sobre taxas de juros, a gerente da Serasa diz que, tanto em bancos como em fintechs, elas dependem da estratégia de negócios da empresa, de um lado, e da capacidade de pagamento que o consumidor demonstra, de outro. Apesar de fintechs, por vezes, conseguirem ofertas melhores, não é possível generalizar e afirmar que sempre será mais barato com elas.
Segundo a pesquisa da Serasa, sites de bancos digitais foram a principal fonte de informações sobre finanças na pandemia, usados por 52% dos consultados. Os sites de bancos tradicionais foram utilizados por 50% dos entrevistados.
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