Consórcio vai comandar programa do BNDES para startups de impacto socioambiental

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um consórcio formado pela ONG voltada para negócios de impacto Atemísia, pelo braço de inovação aberta da Vivo, a Wayra Brasil, e pela plataforma Liga Ventures serão responsáveis pela nova edição do BNDES Garagem, programa de aceleração de startups do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Diferentemente da edição anterior do programa, que aconteceu em 2018, esta será voltada exclusivamente para startups com foco em soluções de impacto socioambiental. Ao todo, serão formadas três turmas com 45 empresas cada, aceleradas durante o período de três meses.

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“Decidimos que como banco de desenvolvimento deveríamos apoiar essa classe de ativos de forma mais afirmativa”, explica Filipe Borsato da Silva, chefe do departamento de gestão de investimentos em fundos do BNDES.

“Vamos mapear desafios da sociedade a partir de conversas com entes públicos e outros parceiros para selecionar as startups que possam atender a esses problemas. Queremos desenvolver uma ótica de negócio que gere impacto positivo para a sociedade.”

Para tocar o projeto, o consórcio participou de um edital com outras 23 empresas. O grupo será responsável por todo o trabalho de mentoria e capacitação dos empreendedores, além de facilitar o contato deles com empresas e organizações. O BNDES, por sua vez, banca o programa com parceiros privados, além de ceder o espaço e funcionários que participam do processo de mentoria.

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“Analisamos a experiência das aceleradoras, suas equipes, a metodologia que aplicam e o que poderiam agregar de valor. Também observamos que tipo de suporte poderiam fornecer para se precisarmos realizar o programa à distância”, explica Borsato.

A primeira turma deve começar os trabalhos neste semestre em parte de forma virtual, devido à pandemia. O BNDES irá focar em negócios nas áreas de educação, saúde, sustentabilidade e govtech.

“Não temos clareza ainda de quais serão as normas de convívio social nos próximos meses, então como a aceleração vai funcionar nessa primeira turma vai depender muito da situação da pandemia. A ideia é fazer um programa híbrido, parte por plataformas digitais, parte em um espaço dedicado para isso na sede do BNDES no Rio”, diz Borsato.

Haverá duas modalidades de aceleração, voltadas para empresas em fases diferentes de desenvolvimento. A primeira se destinará a startups que já tenham um produto ofertado no mercado, mas faturamento anual bruto inferior a R$ 16 milhões. O segundo, para equipes ou empreendedores com propostas de negócios inovadoras e que buscam apoio para a criação de um negócio.

A chamada para a inscrição de startups interessadas será lançada no segundo trimestre deste ano. Para serem selecionadas, as empresas precisam ser aderentes aos desafios identificados, mostrar capacidade de execução e também atender a critérios de diversidade de gênero, raça e regional.

Ao fim de cada ciclo, haverá um Demo Day, como são chamados os eventos que marcam o fim de programas de aceleração, no qual os participantes podem apresentar suas ideias para potenciais investidores.

A primeira edição do BNDES Garagem acelerou mais de 70 negócios inovadores. Na ocasião, funcionários do banco participaram das mentorias, que deram origem posteriormente à Rede BNDES Garagem, espaço para a divulgação e troca de conhecimento sobre inovação.

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