Confirmada quarta morte por febre maculosa em Campinas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Instituto Adolfo Lutz confirmou na manhã desta quinta (15) o diagnóstico de febre maculosa da adolescente de 16 anos que esteve no evento de 27 de maio da Fazenda Santa Margarida, em Campinas, e faleceu na terça (13).

Com a confirmação, são quatro casos confirmados de morte pela doença no município, historicamente o principal foco da doença no estado. Duas pacientes seguem internadas com suspeita da doença e aguardam os resultados dos exames.

A primeira confirmação de morte por febre maculosa de pessoa que esteve na fazenda ocorreu na segunda (12), a da dentista Mariana Gioardano, 36. Ela esteve na feijoada com o namorado, o piloto e empresário Douglas Pereira Costa, 42, que teve a causa da morte confirmada na terça.

Os dois morreram no dia 8, mesmo dia e que morreu uma mulher de 28 anos, a também dentista Evelyn Karoline Santos, moradora de Hortolândia, que foi ao mesmo evento.

Na terça, morreu a adolescente Erissa Santana, de 16 anos, que estava internada em Campinas desde sexta (9).

CASOS E MORTES

Douglas Pereira Costa, 42, empresário e piloto; esteve na Feijoada do Rosa, na fazenda; morte confirmada por febre maculosa.Mariana Gioardano, 36, dentista; namorada de Costa, esteve na feijoada; morte confirmada por febre maculosa.Evelyn Karoline Santos, 28 anos, dentista; esteve na Feijoada; morte confirmada por febre maculosa.Erissa Santana, 16, estudante; esteve na Feijoada; morte confirmada por febre maculosa.Mulher de 38 anos; esteve em um show do cantor Seu Jorge, na mesma fazenda; internada com suspeita de febre maculosa.Mulher de 40 anos; esteve na Feijoada; internada com suspeita de febre maculosa.O show, de acordo com Prefeitura de Campinas, reuniu de 8.000 a 10 mil pessoas. O organizador, segundo a gestão municipal, não soube precisar o público exato. Na Feijoada do Rosa, foram cerca de 3.500 participantes.

A fazenda é considerada o local provável de infecção, de acordo com a prefeitura, que classifica o quadro como um surto e anunciou medidas para o enfrentamento da doença.

Entre as ações estão a publicação de um decreto com regras para estabelecimentos que realizam eventos para grandes públicos e ficam em áreas de risco ou com presença do carrapato-estrela (Amblyomma sculptum), vetor da bactéria Rickettsia rickettsii, uma das causadoras da doença.

Pelo decreto, os organizadores dos eventos deverão garantir a correta informação em relação à febre maculosa, incluindo a divulgação das formas de prevenção do contágio. Toda área de risco deverá conter cartazes, faixas ou placas sobre a doença.

Em relação à Fazenda Santa Margarida, a prefeitura afirmou que o espaço só poderá promover novos eventos após apresentar um plano de contingência ambiental e de comunicação. Além disso, será necessário construir novos caminhos para os frequentadores percorrerem o local. Nos próximos dias, técnicos do Departamento de Vigilância em Saúde farão uma pesquisa na área para analisar a presença de carrapatos.

Está prevista uma capacitação nos dias 22 e 27 de junho para profissionais da área, além de videoaulas que serão gravadas por médico especialista e distribuídas para as redes pública e privada da cidade.

A gestão municipal também avalia realizar uma busca ativa das pessoas que estiveram no show por meio da lista de venda de ingressos, mas há dificuldade por causa da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

“É importante que todos que frequentaram a Fazenda fiquem atentos aos sintomas e comuniquem ao serviço médico. Essas informações são fundamentais para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença”, orientou a Secretaria de Estado da Saúde em alerta divulgado na tarde de quarta (14).

A recomendação é que pessoas que estiveram na propriedade no período de 27 de maio a 11 de junho e apresentarem febre e dor pelo corpo, dor de cabeça ou manchas avermelhadas procurem atendimento médico imediatamente e informem a visita à fazenda.

A pasta também reforçou que o período de incubação da febre maculosa varia de 2 a 14 dias, então é importante considerar exposições ocorridas nos 15 dias antecedentes ao início de sintomas.

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