BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Apesar dos juros elevados, as concessões de crédito livre a pessoas físicas cresceram 12,9% em 2024, segundo dados divulgados pelo Banco Medial nesta segunda-feira (27).

 

A série considera os valores ajustados, com a finalidade de minimizar os efeitos sazonais que incidem sobre os dados, porquê número de dias úteis a mais ou a menos.

No ano pretérito, o crédito livre às famílias alcançou R$ 2,2 trilhões de saldo ao final de 2024, com expansão de 12,3%, na presença de variação de 8,4% em 2023. Destacaram-se o prolongamento nas carteiras de cartão de crédito à vista, crédito pessoal não consignado, crédito pessoal consignado para beneficiários do INSS e financiamentos para obtenção de veículos.

Em dezembro, foram liberados R$ 290,9 bilhões em novos empréstimos a famílias -aumento de 2,6% na verificação com o mês anterior. A expansão ocorreu mesmo em um cenário de crédito mais custoso, puxado pelo ciclo de subida de juros. No último encontro de 2024, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano.

Ainda no crédito livre, a taxa média de juros cobrada pelos bancos de pessoas físicas e empresas alcançou 40,8% ao ano ao final de 2024, elevação de 0,2 ponto percentual.

No caso das pessoas físicas, a taxa média de juros atingiu 53% -recuo de 0,9 ponto percentual no ano. Houve reduções nas modalidades de crédito consignado para beneficiários do INSS (Instituto Pátrio do Seguro Social) e cartão de crédito parcelado, além de maior participação da carteira de cartão de crédito à vista, cujas operações não têm juros.

No segmento das empresas, o lucro médio fechou 2024 em 22,1% ao ano, subida de um ponto percentual em 12 meses. O resultado foi influenciado sobretudo por incrementos nas taxas de capital de giro com prazo superior a 365 dias e antecipação de fatura de cartão de crédito.

Em 2024, a taxa média de juros das concessões totais ficou em 28,7%, o que correspondeu a um aumento de 0,5 ponto percentual no ano, em seguida redução de 1,5 ponto em 2023.

A inadimplência do crédito totalidade, referente a atrasos supra de 90 dias, alcaçou 3% da carteira em 2024, recuo de 0,2 ponto percentual em relação a 2023. No crédito com recursos livres para famílias e empresas, a inadimplência situou-se em 4,1%, queda de 0,4 ponto percentual no ano.

Na modalidade para pessoas físicas, a inadimplência foi de 5,3% em 2024, com redução de 0,3 ponto percentual no ano. Para pessoas jurídicas, a inadimplência terminou o ano pretérito em 2,5%, com decréscimo de 0,6 ponto percentual em 2024.