VITOR HUGO BATISTA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar turismo registrou potente subida nesta quarta-feira (18) e atingiu valores superiores a R$ 6,60 em algumas casas de câmbio na cidade de São Paulo.
A reportagem entrou em contato com dez casas de câmbio localizadas em diferentes regiões uma vez que Faria Lima, Liberdade, República, Lapa e avenida Paulista, nos períodos da manhã e da tarde.
As cotações enviadas mostraram diferenças significativas ao longo do dia, com valores maiores na segmento da tarde. O aumento foi atribuído a desdobramentos políticos e econômicos ocorridos no dia, segundo informou uma das corretoras.
Na segmento da manhã, as cotações variaram de R$ 6,36 a R$ 6,53. Já à tarde, os valores saltaram para uma tira entre R$ 6,45 e R$ 6,66. As cotações foram feitas considerando o dólar em espécie e com IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Algumas corretoras consultadas pelas reportagem informam que os preços são válidos por unicamente 30 minutos, em outros, a janela é de unicamente 10 minutos. Algumas corretoras informaram que os preços são válidos por unicamente 10 minutos, enquanto outras oferecem uma janela de até 30 minutos para concretizar a transação.
Pela manhã, a cotação mais subida registrada foi de R$ 6,53 em uma corretora na avenida das Nações, zona sul da capital, mas no período da tarde o mesmo lugar apresentou cotação de R$ 6,66 –a maior do levantamento.
Nas últimas semanas, o dólar entrou em uma potente escalada, renovando seu maior patamar nominal histórico por três vezes consecutivas. Nesta quarta-feira, o dólar mercantil fechou em R$ 6,267, marcando uma disparada de 2,81%.
Desde a última quinta (12), o BC (Banco Mediano) já realizou sete leilões de dólares, injetando quase US$ 13 bilhões no mercado de câmbio. As intervenções, no entanto, não foram capazes de sofrear a disparada da mote.
Alexandre Dellamura, head de teor da Melver e rabino em economia, explica que o dólar turismo tende a ser mais dispendioso que o dólar mercantil devido a riscos associados às transações manuais. “É o dólar mercantil que dita o ritmo do fluxo cambial brasílio”, diz.
O dólar mercantil é usado em transações de maior volume, uma vez que exportações, importações e remessas financeiras entre instituições.
Já o dólar turismo é utilizado em operações manuais, uma vez que a compra de moeda em espécie cheques de viagem e cartões pré-pagos.
Segundo Dellamura, a diferença entre compra e venda no dólar turismo (spread) é muito maior, podendo variar entre R$ 0,30 e R$ 0,70, dependendo da morada de câmbio e das taxas. “No dólar mercantil esse spread é muito menor, alcançando, muitas vezes, unicamente 1 centavo.”
“Os spreads e as taxas variam muito. É verosímil encontrar diferenças de até R$ 0,25 por dólar, já considerando o IOF. Pesquisar e confrontar os valores é importante para conseguir uma cotação mais favorável”, afirma.
A alíquota de IOF sobre a negociação de moeda estrangeira no Brasil é de 1,1% sobre o valor de compra e 0,38% para venda, considerados no momento da transação.
Compras no cartão de crédito internacional e em um cartão pré-pago geram IOF de 4,38%.
Algumas casas oferecem serviços de delivery para entrega em espécie. Outra opção para quem vai viajar para os Estados Unidos é a compra do chamado dólar idoso, aceito no país e com cotação ligeiramente mais baixa.
Dellamura também alerta para os riscos de comprar moeda em lugares não autorizados, uma vez que em aeroportos ou de pessoas físicas, uma vez que a compra de moedas estrangeiras precisa ser, obrigatoriamente, autorizada pelo BC. “Caso contrário, a transação configura violação de evasão de divisas, além do risco de possuir notas falsas.”
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