A Colômbia aprovou, pela primeira vez na sua história, a eutanásia a uma mulher com uma doença não terminal, depois de, em julho, o Tribunal Constitucional do país ter alargado a morte assistida a estes pacientes.
Martha Sepúlveda, de 51 anos, sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA) há três. Nos últimos tempos, a colombiana perdeu parte dos seus movimento o que a levou, assim como as dores, a fazer um pedido de autorização para poder recorrer à eutanásia, no dia 27 de julho.
Cerca de uma semana depois, a 6 de agosto, Martha soube que o seu pedido tinha sido aceito e o tão aguardado desfecho marcado para este domingo, dia 10 de outubro, às 7h30, horas da Colômbia.
Aos meios de comunicação social colombianos, o filho garantiu que Martha “está feliz”. “A minha mãe está tranquila e feliz porque lhe autorizaram a morrer dignamente. A vida dela é literalmente um inferno. Ela vai morrer no domingo, às 7h, e está feliz”, revelou o único filho de Martha, Federico, de 22 anos, à BBC Mundo.
Na mesma entrevista, o jovem revelou que apesar de querer a mãe perto de si, de precisar dela, tem consciência de que ela “já não vive, apenas sobrevive”. “Ela não quer viver acamada. Não conseguir falar, não conseguir engolir. É doloroso e indigno. No início de 2021, a minha mãe começou a perder a força nas pernas, precisava de apoio mesmo para andar em casa, para ir ao quarto de banho”, contou Federico.
Por essa razão, o jovem apoia, “com todo o amor”, a decisão da mãe assim como os 11 irmãos desta.
Martha já tinha dado uma entrevista ao canal de televisão colombiano Caracol, onde tinha se mostrado serena com a aproximação da data, frisando que, para ela, a morte é “um descanso”. Durante a conversa, a mulher revelou ainda ser “uma pessoa católica, alguém que crê muito em Deus” e, por isso mesmo, acredita que “Deus não quer ver ninguém sofrer”.
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