Chuva espanta parte do público, mas não impede folia em São Paulo

ISABELLA MENON, MARIANA ZYLBERKAN E CARLOS PETROCILO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A chuva forte que atinge São Paulo espanta alguns foliões e transforma a capa de chuva na fantasia oficial deste sábado (18), mas não impede a folia.
O temporal começou por volta das 13h30 e fez o público na região central procurar abrigo em bares e marquises.

A pausa, contudo, foi curta. Mesmo com a tempestade os foliões do Minhoqueens voltaram para o meio da avenida São Luís e acompanham o bloco.

As roupas e fantasias ensopadas pesam, mas não impedem o público de dançar ao som de funk e música eletrônica.

A chuva também recepcionou foliões a caminho do Bloco das Gloriosas, comandado por Glória Groove, uma das drag queens mais famosas do Brasil, que se apresenta na avenida Faria Lima, zona oeste de São Paulo.
Em megablocos, como o de Glória, a prefeitura montou uma entrada para revistar os foliões, que se concentram na porta de entrada e esperam chegar a sua vez.

Assim que entraram, as estudantes Sofia Bragoni, 18, e Manuela Navarro, 18, foram em busca de uma capa de chuva. “Sabia da chuva, mas não vim preparada para esse evento”, disse Sofia.

“Tô derrento”, disse uma delas após colocar a capa. “Tô me sentindo uma ameba derretendo nessa água”, completou a outra.

Vendedores da região afirmam que a venda está fraca no primeiro dia de cortejos de rua oficiais. Uma comerciante relatou que chegou de manhã e vendeu a primeira cerveja apenas às 14h.
Na avenida Pedro Álvares Cabral, no Ibirapuera (zona sul de São Paulo), o público resolveu enfrentar a forte chuva e a enxurrada para acompanhar o bloco Agrada Gregos.

Com o pé na lama, um folião disse que o Carnaval estava parecido com o REP Festival, evento dedicado ao rap e realizado no Rio de Janeiro no último fim de semana. Por lá, como a Folha mostrou, os fãs transitaram entre sapos e cobras.

“Sofremos para chegar até aqui, mas está tudo bem, tudo legal”, disse a foliã Karoline Castro.

No Butantã, a concentração do Vai Quem Qué estava marcada para a praça Elis Regina, mas a chuva obrigou o público a encontrar brecha em um posto de gasolina abandonado.

Músicos amarraram sacolas plásticas nos pés e, após uma trégua da tempestade, iniciaram o desfile por volta das 16h.

O pequeno bloco recebe todo tipo de público, incluindo pessoas mais velhas acompanhadas de familiares e amigos.

Os foliões apostam em meias arrastão, bodies brilhantes, saias de tule e tiaras coloridas, e participam animados ao som de marchinhas tradicionais de Carnaval.

CAPA DE CHUVA X CAPA DE DISCO
Se à tarde a capa de chuva virou item obrigatório, pela manhã a capa era outra, pelo menos no bloco Tarado Ni Você, que evocou a cantora Gal Costa.

Um folião escolheu carregar uma capa de disco de vinil, outra escreveu no corpo o nome de álbuns emblemáticos da artista, morta no fim do ano passado.

“Sabia que minha fantasia ia ser em homenagem à Gal assim que ela morreu”, disse Cecília Franco, 37, com o figurino inspirado na capa do disco Índia.
“Esse ano estamos homenageando a maior de todas as cantoras, a ancestral da voz”, disse a cantora Duda Brack de cima do trio.

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