Carros elétricos crescem no Brasil, mas esbarram em falta de recarga

(FOLHAPRESS) – Tapume de 38% dos proprietários de veículos elétricos no Brasil dizem que consideram voltar para carros movidos a combustíveis fósseis, segundo uma pesquisa feita pela McKinsey. O insatisfação tem um motivo: os entrevistados disseram estar insatisfeitos com a infraestrutura de recarga no país, segundo a consultoria.

 

Esta foi a primeira vez que a McKinsey fez esse questionamento na pesquisa, realizada a cada 18 meses. A consultoria ouviu mais de 3.000 pessoas no Brasil, representativas da população pátrio em termos socioeconômicos, demográficos e geográficos, com perguntas sobre temas de mobilidade.

Na Europa, o número de pessoas que consideram voltar para o sege a esbraseamento chegou a 25% e nos EUA, 50%. Entre os americanos, porém, as reclamações estão mais direcionadas à experiência com os veículos.

“Nos outros países também tem o problema de infraestrutura, mas tem outras questões, uma vez que o dispêndio do veículo e a experiência de direção. Nos Estados Unidos, por exemplo, o consumidor médio gosta muito da experiência do sege a esbraseamento: do motor, do estrondo, etc. Esse fator no Brasil quase não surgiu na pesquisa”, explica Daniele Nadalin, sócio da McKinsey.

De harmonia com a consultoria, atualmente há muro de 40 veículos elétricos para cada ponto de recarga público no Brasil -na Europa, o número é de 15 carros por ponto.

Segundo a McKinsey, o Brasil precisará erguer o número de carregadores, públicos e residenciais, para dar conta da demanda maior nos próximos anos. Não é uma tarefa impossível, segundo Nadalin.

“Obviamente ninguém tem globo de cristal, mas tem muito interesse de players brasileiros e players de fora. Há gigantes do mundo de mobilidade, uma vez que Siemens, investindo nesse setor, oferecendo carregadores. Já é um sinal de que o mercado está se preparando e reagindo a essa falta.”

O empresário Rodrigo de Almeida, 52, proprietário de um sege elétrico, está com viagem marcada para o dia 20 de dezembro. Ele vai transpor de Brasília com fado a Balneário Piçarras (SC), pernoitando em São Paulo.

Possuidor de um Chevrolet Bolt, Almeida programou toda sua viagem: já sabe onde irá carregar o veículo e até qual será a outra selecção se um eletroposto estiver indisponível. “Saio muito cedo para reduzir a chance de pegar alguma fileira.”

Ele relata que tem presenciado mais filas nas cidades, por justificação dos motoristas de aplicativo, do que em rodovias. “Na estrada, quando ocorre, a fileira é pequena”, diz.

De harmonia com Ricardo Bastos, presidente da ABVE, associação da qual fazem secção marcas uma vez que BYD, GWM e Volvo, o Brasil já registra hoje mais de 10 milénio carregadores instalados.

O problema, segundo ele, é que a maior secção dos equipamentos é lenta. Se um carregador rápido completa a trouxa de um veículo em um tempo que varia de 20 minutos a uma hora, um protótipo lento pode levar até cinco horas.

A expectativa da ABVE é de que o número de carregadores rápidos cresça nos próximos anos, o que absorveria melhor a demanda, segundo Bastos.

A associação vem registrando bons resultados de vendas. Em outubro, foram pouco mais de 16 milénio veículos leves eletrificados comercializados, aumento de 68% na confrontação com outubro de 2023. No aglomerado de janeiro a outubro, o número de vendas (muro de 138,6 milénio) mais que dobrou em relação ao mesmo período do ano pretérito.

Os veículos 100% elétricos (BEV) e os híbridos plug-in (PHEV), lideram a participação de mercado dos eletrificados em 2024, com 71% das vendas (quase 98,4 milénio).

Segundo a pesquisa da McKinsey, 44% dos brasileiros afirmam que seu próximo sege será eletrificado (BEV ou PHEV), resultado que supera a média global, de 38%.

Leia Também: Rivais da Tesla, fabricantes de carros elétricos BYD, XPeng e Zeekr registram recorde de vendas