BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), rebento do ex-presidente da República, afirmou nesta sexta-feira (21) que o Brasil “não vive mais uma democracia” e chamou de desumano o momento que vem sendo enfrentado por sua família.
Carlos participou de evento do PL em Brasília e chegou a chorar durante a sua fala de lisura, ao lembrar de situações vividas com seu pai no pretérito.
“Vivemos momento quebradiço nesse país. Acredito que a gente não vive mais numa democracia. Temos que nos ajustar aos tempos para permanecer vivos, mas sem não nos silenciar”, afirmou o vereador.
O rebento do ex-presidente destinou segmento de sua fala para o momento político atual, depois a denúncia da PGR (Procuradoria-Universal da República) contra seu pai por razão da trama golpista.
“O momento que a gente vive é quebradiço, é covarde. Eu não libido isso para ninguém na vida, nem para uma pessoa que tenha posição política dissemelhante da gente. O que está acontecendo com meu pai, com a família, é desumano. Mas esfera para frente”, afirmou.
O seminário do PL sobre notícia termina nesta sexta-feira. Ele conta com a presença das principais lideranças do partido, uma vez que o presidente Valdemar Costa Neto e parlamentares. O evento terá ainda workshops da Meta, do TikTok, do X, do Google e do Kwai.
No lugar, telões eletrônicos traziam dizeres uma vez que “as maiores big techs do mundo com o maior partido do Brasil”, e “o Partido Liberal e big techs unidos pela liberdade de sentença”.
Pela manhã, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro havia afirmado que as ações contra seu marido configuravam uma “perseguição”.
Em oração repleto de menções a Deus, Michelle não mencionou diretamente a denúncia da PGR na qual acusa seu marido de líder da trama golpista em 2022, mas falou ainda que nunca mais tiveram um dia de sossego.
“Obrigada também ao nosso ex e porvir presidente, Jair Messias Bolsonaro, e todo pedestal que ele tem nos oferecido para que nosso trabalho siga firma e adiante. Homens e mulheres seguindo firmes fortes e edificando a nossa país, que Deus abençoe a cada um de vocês”, disse, ao final de sua fala.
Bolsonaro foi denunciado ao STF nesta terça-feira (18) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, sob criminação de liderar uma tentativa de golpe de Estado, depois perder as eleições de 2022, para impedir a posse de Lula (PT).
Ele é criminado de praticar os crimes de tentativa de derrogação violenta do Estado democrático de Recta e de golpe de Estado, de dano qualificado pela violência e grave ameaço contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e participação em uma organização criminosa.
Somadas, as penas máximas chegam a 43 anos de prisão, sem racontar os agravantes, além da possibilidade de ele permanecer inelegível por mais tempo do que os oito anos pelos quais foi réprobo pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).