RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Uma candidata à prefeitura de Cutzamala de Pinzón, no estado mexicano de Guerrero, foi sequestrada na madrugada desta quarta-feira (2) por um grupo armado junto com sua família, de acordo com um comunicado de seu partido político, o Movimento Cidadão.
Marilú Martínez disputa as eleições previstas para o próximo domingo (6), as maiores da história do México, quando serão decididos os mandatários em mais de 20 mil cargos, entre eles 15 governos estaduais e os 500 assentos da Câmara dos Deputados.
À medida que a eleição se aproxima, no entanto, os ataques contra candidatos se multiplicam. “Este período eleitoral é o mais violento da história. Não é possível que participar da política signifique arriscar a vida”, disse o partido de Martínez em uma publicação no Twitter.
De acordo com a consultora privada Etellekt, que pesquisa a violência em períodos eleitorais no México, foram registradas 782 agressões contra políticos e candidatos entre setembro de 2020 e maio de 2021. Entre as ocorrências, estão atentados que provocaram as mortes de 89 políticos, sendo que 35 eram candidatos nas próximas eleições.
As estatísticas apontam um aumento de 1% em relação ao número de ocorrências do período anterior (2017-2018), e queda de 41% no número de mortes. Mesmo assim, o ciclo eleitoral atual é considerado pela consultoria o segundo mais violento da série histórica iniciada em 2000.
De acordo com a Etellekt, a estratégia do governo federal de proteção aos candidatos ajudou a diminuir o número de mortes no último mês. Em maio, nove políticos foram assassinados, dos quais quatro eram candidatos. Em abril, tinham sido 15 mortes.
Entra nesse levantamento o caso de Alma Barragán, que se candidatou à prefeitura de Moroleón pelo Movimento Cidadão, no estado central de Guanjuato, e foi assassinada a tiros em 25 de maio durante um ato de campanha.
Na última sexta-feira (28), Cipriano Villanueva, 65, também foi morto a tiros. Ele era candidato a vereador do município de Acapetahua pelo partido Chiapas Unido.
Desde dezembro de 2006, quando o governo lançou uma polêmica operação antidrogas, o México registra mais de 300 mil assassinatos, segundo dados oficiais que atribuem a maioria desses crimes ao crime organizado.
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