A Marinha retornou, na sexta-feira, 3, com a força-tarefa de procura e resgate às vítimas do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, entre Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins. A operação com mergulhos e uso de drones subaquáticos havia sido interrompida devido à urgência de fenda das comportas da usina hidrelétrica operada pelo Consórcio Estreito Pujança (Ceste).
Já as buscas através de embarcações e drones aéreos continuam ininterruptamente, informa a Marinha.
“Mergulhadores do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins realizaram a filmagem do momento da inspeção da picape S-10. As imagens evidenciam que não há vítimas no interno do veículo. É verosímil visualizar o cinto do banco do motorista destravado”, informou a Marinha.
Na quarta-feira, 1º, um corpo que havia sido identificado na cabine de um caminhão foi resgatado. Assim, dentre os 17 desaparecidos iniciais, estão confirmados 12 óbitos. Cinco pessoas seguem desaparecidas.
A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada sobre o Rio Tocantins, conectava os Estados do Maranhão e Tocantins até o dia 22 de dezembro de 2024, quando desabou no final da tarde, no momento em que diversos veículos transitavam.
Entre os veículos vítimas do desabamento, foram identificados caminhões-tanque carregados com ácido sulfúrico e defensivos agrícolas.
Segundo as análises de qualidade da chuva do rio feitas pela Escritório Pátrio de Águas e Saneamento Vital (ANA), com a participação de vários órgãos ambientais, não há alterações significativas na qualidade da chuva.
Jangada emergencial para a travessia
A Marinha diz que foi consultada, no dia 30 de dezembro de 2024, pelo Departamento Pátrio de Infraestrutura de Transportes (DNIT), sobre a possibilidade e disponibilidade de operação de uma jangada portada, de forma emergencial, para fazer a travessia no rio Tocantins de carros de passeios e emergência.
O órgão diz que “entende o caráter emergencial da estudo solicitada e que dará totalidade prioridade a esse objecto”, mas alerta para o cumprimento de requisitos de segurança porquê:
– construção de rampas de chegada em cada margem do rio Tocantins, para embarque e desembarque com segurança dos veículos que serão transportados;
– construção de pontos fixos de amarração, em terreno, para que o comboio jangada/empurrador permaneça estabilizado e muito atado à margem durante o carregamento/descarregamento;
– preparação de sítio adequado e próprio para o transporte dos motoristas e passageiros dos veículos transportados, uma vez que não poderão realizar a travessia dentro dos seus automóveis, por questões de segurança;
– jangada deverá estar dotada de material de salvatagem conciliável.
“Até o momento, a Poder Marítima não recebeu os documentos necessários que comprovem a observância das obrigações supra descritas”, afirma o órgão.