Os nove países que já integram oficialmente o Brics, além da Arábia Saudita, atualmente concentram mais de 40% da população global, com tendência de propagação supra da média do planeta na próxima dezena.
Ou por outra, respondem por 37% da economia mundial, segundo o critério Resultado Interno Bruto (PIB) por poder de compra, de pacto com o Fórum Econômico Mundial.
Esses países detêm 26% do transacção mundial, de pacto com a Organização Mundial do Transacção (OMC). E, segundo o Ministério de Minas e Pujança (MME), o grupo concentra 44% das reservas de petróleo e 53% das reservas de gás oriundo do planeta. Não unicamente isso, hoje produzem 43% do óleo e 35% do gás do mundo.
Setenta e dois por cento das reservas mundiais de terras raras estão nesses dez territórios, assim uma vez que 70% da produção global de carvão mineral. Rússia e Brasil detêm as maiores reservas de chuva rebuçado do planeta.
Em termos militares, o grupo possui pelo menos três potências nucleares (Rússia, China e Índia).
“O Brics de indumento tem o peso econômico e militar acentuado, que cada vez mais vem demandando um peso político que seja à profundidade dos recursos que detêm”, afirma a diretora do Brics Policy Center e professora do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Marta Fernández.
O termo Bric, um acrônimo para os membros originais, foi criado pelo economista Jim O’Neill, em 2001, para se referir ao grupo de países que apontavam uma vez que promissores mercados emergentes no início do milênio. Em entrevistas posteriores, O’Neill disse que nunca pensou no Brics uma vez que um grupo político.
Em 2006, no entanto, os quatro membros originais se reuniriam pela primeira vez às margens da Plenário Universal das Nações Unidas. A crise financeira mundial de 2008 daria um motivo para que o grupo decidisse se reunir anualmente para buscar uma mudança do sistema de governança global.
“Na sua origem, ficou muito evidente que era uma organização informal, mas que tinha uma agenda reformista da ordem internacional. O Brics surge no contexto de uma crise dos países do Poente, com a crise financeira de 2008. Desde a primeira cúpula, está nas declarações a demanda por reforma da ONU, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial”, explica o professor do Núcleo de Estudos dos Países Brics da Universidade Federalista Fluminense (UFF), Evandro Roble.
Nesse contexto de crise econômica, surgido em um protótipo econômico e político liderado pelos países ocidentais (Estados Unidos e União Europeia), os Brics passam a exigir mais influência nos destinos do mundo.
“Esses países entendiam que eles tinham peso subdimensionado na governança internacional seja na presença nas organizações internacionais, seja na definição dos rumos para a economia internacional”, ressalta o diretor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Dallari.
Na esteira das críticas à gestão dos grandes bancos internacionais, os Brics criaram, em 2014, sua própria instituição financeira, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na {sigla} em inglês), que apoia projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento. “Ao fabricar uma organização internacional, o Brics mostrou sua capacidade de realização numa frente importantíssima”, diz Roble.
Ou por outra, uma vez que uma forma de reduzir a subordinação em relação ao dólar, a moeda dos Estados Unidos, nas negociações comerciais internacionais, o Brics defende o uso de moedas locais no transacção entre seus integrantes.
“O Brics está, de alguma forma, gerando preocupações nos Estados Unidos, em relação à manutenção do dólar uma vez que moeda de referência, hegemônica. Não que o Brics tenha qualquer pretensão de substituir o dólar. A teoria é que o Brics quer ter o recta de comercializar em diferentes moedas. Isso tem a ver com a construção de um mundo multipolar, onde há vários centros de poder”, explica Marta.
Segundo Dallari, fora da discussão da reforma da governança global, há pouca convergência entre os países do grupo, uma vez que têm interesses comerciais e valores ideológicos muito diferentes.
“O Brics é um renda de concertação de posições. O Brics cumpre muito mais no sentido de um panelinha para um interesse geopolítico e de fortalecimento do multilateralismo do que propriamente pelos resultados efetivos que venha a ter uma vez que um conjunto ‘econômico’”.
Ou por outra, Dallari diz que também há divergências em relação a grandes temas globais, uma vez que as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, o aquecimento global ou mesmo na contenção de pandemias, uma vez que a de covid-19.
“De maneira nenhuma, o Brics pode ser visto uma vez que um conjunto capaz de atuar de maneira coesa nos grandes temas do nosso tempo, até porque, em muitos desses temas, esses países se contrapõem, são antagonistas”, destaca o professor da USP. “Fora esse libido mais abstrato de reforma do multilateralismo, eu vejo muito pouca efetividade hoje na ação do Brics”.
Evandro Roble acrescenta que, no transacção internacional, por exemplo, alguns são inclusive competidores em algumas áreas. Ele destaca também que mesmo sendo unicamente um grupo informal, o Brics carece de uma estrutura institucional mínima, uma vez que uma secretaria executiva, que pudesse dar mais transparência e concentrasse as iniciativas do grupo.
“Se você quer procurar informações sobre uma iniciativa qualquer do Brics, não há sequer um website que concentre isso. Você só vai encontrar nos sites das cúpulas do ano pretérito, do ano anterior. Não tem um website do Brics que contenha informações, e-mails, uma vez que acessar as informações, a quem a gente recorre se quisermos alguma informação para uma pesquisa, para uma entrevista”.
Apesar das limitações do grupo informal, Marta Fernández acredita que o Brics tenha uma força “material, em termos recursos, de população, de minerais críticos, de produção de petróleo, mas cada vez mais também tem uma força muito simbólica, porque, de alguma forma, vem representando uma selecção à forma de organizar o mundo, de organizar governança global, muito a partir da teoria do sul global”.
“O Brics se tornou quase uma vez que um porta-voz ou a maior voz para o sul global, dentro dessa função de reorganização da ordem global”, complementa Roble.