Brasileiros que vivem na Flórida se preparam para chegada do furacão Milton

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Nos Estados Unidos, milhares de pessoas se preparam para a passagem do furacão Milton, que avança em direção à Flórida. Brasileiros que vivem no estado contaram ao UOL o que têm feito para se proteger dos estragos que o fenômeno pode motivar. A previsão é de que a tempestade chegue à costa da Flórida nesta quarta-feira (9).

 

“VOU ME ABRIGAR NO MEU CARRO”

A fotógrafa Alessandra Lira comprou comida, chuva e se preparou para passar dias dentro do seu coche. A brasileira nasceu em Manaus e se mudou para os EUA em 2019. Ela mora em São Petersburgo, cidade na costa do golfo da Flórida.

Ordem de retirada. Alessandra disse que não perdeu tempo e decidiu deixar sua moradia depois pessoas que vivem nas proximidades do seu bairro receberam ordem de evacuação do governo. A brasileira detalhou que preparou sanduíches e comprou bastante chuva para tomar e tomar banho enquanto estiver viajando de coche. Dois cachorros também estão com ela no veículo. O seu terceiro pet ficou sob responsabilidade de uma amiga que viajou para a cidade de Savannah, na Geórgia.

A brasileira está a caminho de Boca Raton, também na Flórida. “Estou procurando uma cidade mais segura para permanecer, mas vou me acoitar dentro do meu coche durante esses cinco dias. Comprei bastante comida para fazer sanduíche proveniente, porque é mais fácil para armazenar, comprei muita chuva, inclusive para tomar banho. Vi muita gente nos mercados comprando coisas, mas os locais estavam com estoque. Peguei cobertores e a comida dos cachorros”, disse.

Ela contou que alguns vizinhos optaram por permanecer em moradia. “Algumas pessoas decidiram continuar por lá, libido que todos fiquem muito, mas tenho que seguir ordens e cá [nos EUA] eles nos mostram e nos dão informações o tempo todo, por isso sentenciar deixar a minha moradia porque entendo que o furacão tem que passar por cá”.

A fotógrafa também comprou mantimentos para deixar em moradia pensando no retorno. “Organizei a minha moradia, fechei e filmei tudo para caso o seguro precise. Coloquei no meu coche ferramentas para ajudar outras pessoas na estrada, se for necessário”, relatou.

“ESTOU BEM ASSUTADO”

O gerente de contas Diogo Alvares, 41, ficará trancado em moradia durante a passagem do furacão. O brasiliano mora na cidade de Wesley Chapel, sobre 50 quilômetros da costa da Flórida. “Confesso que estou muito assustado. Temos essa temporada de furacões que acontece normalmente, sempre temos os alertas do governo, mas zero tão intenso uma vez que tem sido agora”, afirmou.

Diogo, que vive há nove anos nos EUA, comprou comida e colocou placas de madeira nas janelas da sua moradia. “Comprei mantimentos na segunda-feira quando fiquei sabendo. Preferi pães e comidas que podem permanecer fora da geladeira. Se você deixar para ir um dia depois, você já encontra as prateleiras dos supermercados vazias. Todo mundo compra tudo. Gasolina, por exemplo, você não encontra mais. A situação é muito alarmante”.

Ele disse que não está prestes para a chegada do furacão. Dois amigos que vivem na cidade de Tampa vão se acoitar na moradia dele durante a passagem da tempestade. “A intensidade é muito poderoso. Falar que estou prestes é peta porque é uma situação que eu nunca vivi. Coloquei placas de madeira nas janelas para proteger caso o vendo possa trazer alguma coisa. Mas não sei o que esperar. Duas semanas detrás tivemos o furacão Helene. Eu estava em moradia e só o vento era muito terrificante. Espero que o pior não aconteça, estamos em orações”, disse.

A brasileira Corina Lessa, 42, vive em Tampa. A cidade é dividida em cinco áreas. Duas delas a evacuação é obrigatória, segundo autoridades locais. Ela contou que nos 20 anos que mora nos EUA nunca passou por zero semelhante. “Todos os anos nós temos ameaças de furacão e sempre nos preparamos para o pior. Mas dessa vez é dissemelhante porque o furacão Milton atingiu a categoria 5”, detalhou.

Corina é dona de uma imobiliária e decidiu viajar para o Brasil durante a passagem do furacão. “Precisei transpor da minha moradia, moro perto do porto, zona de evacuação obrigatória. Vim para o Brasil, já tinha uma viagem programada e consegui antecipar. Agora é o momento de sofreguidão e bastante prece. Estou no Brasil, mas com o coração apertado porque a minha família e os meus amigos estão lá”, afirmou a empresária.

O Milton surge somente duas semanas depois de o furacão Helene ter causado mortes e danos significativos nos EUA. “É uma situação muito dissemelhante. Estávamos nos recuperando de um ocorrência e ao mesmo tempo nos preparando para um novo com a possibilidade de ser ainda pior”, lamentou a brasileira. O número de mortos do furacão Helene subiu para 235 em seis estados dos Estados Unidos.

FURACÃO MILTON PODE SER A PIOR TEMPESTADE EM UM SÉCULO

Milton é uma das tempestades mais poderosas que se formaram no Atlântico Setentrião nos últimos anos. As autoridades dos Estados Unidos alertam sobre os impactos à medida que ele se aproxima da costa da Flórida.

O furacão Milton deve tocar o solo na Flórida na noite desta quarta-feira (9), depois lucrar força e voltar à categoria máxima. Os meteorologistas alertam para chuvas torrenciais, inundações repentinas, ventos fortes e possíveis marés de tempestade.

O presidente Joe Biden alertou que pode ser “a pior tempestade” a afetar o estado “em um século”. Na terça-feira, Milton se tornou um furacão de categoria 5, com ventos máximos sustentados de 270 quilômetros por hora, enquanto avança em direção ao estado da Flórida, segundo o Meio Pátrio de Furacões dos Estados Unidos.

Até que toque a terreno na noite desta quarta-feira, pode ter “flutuações de intensidade”. Mas segundo o Meio Pátrio de Furacões dos Estados Unidos é esperado “que seja um furacão significativo e perigoso quando chegar”.