O estudante carioca Lucas Tejedor, de 18 anos, se tornou reconhecido mundialmente ao entrar para a lista de 50 finalistas do “Global Student Prize 2022”, ranking divulgado no mês passado pela Varkey Foundation e que elege os “melhores estudantes do mundo” .
Lucas mora em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, e cursa o 4º ano do ensino médio técnico do Cefet-RJ. Para estudar, todo dia é uma luta!
Isso porque o jovem gasta nada mais, nada menos que 5 horas todos os dias no transporte público para ir e voltar do colégio. Esse tempo inclui ônibus, trem e uma caminhada a pé.
Lucas Tejedor no bosque do Cefet — Foto: Arquivo Pessoal
Em entrevista ao portal G1, Lucas contou que gosta de correr (sua melhor marca até aqui foi 5 km em 21min30seg), planeja entrar no curso de Direito e deseja trabalhar com análise de políticas públicas para avaliar, por exemplo, “como solucionar a fome de uma determinada região”. Também adora estudar neurociência e filosofia. Uau!
Caso ele seja eleito na Global Student Prize, o estudante ganhará um prêmio de US$ 100 mil (cerca de R$ 518,8 mil).
Lucas Tejedor está entre 50 melhores estudantes do mundo — Foto: Arquivo Pessoal
Adora ler de tudo um pouco
Lucas Tejedor gosta de estudar sobre programação — Foto: Arquivo Pessoal
“O Global Student Pride escolhe os 50 melhores estudantes do mundo. Você tem de escrever um texto sobre tudo que você já fez: notas, pesquisa, projetos e tudo mais. Eles analisaram e escolheram o top 50. Foram mais de 7 mil candidatos neste ano. Em setembro, é escolhido o top 10 e, até o fim do ano, o primeiro lugar”, disse Lucas.
Ele se considera uma pessoa disciplinada, que adora ler de tudo um pouco: neurologia, biologia, filosofia, matemática e sociologia são as áreas de conhecimento que mais gosta.
Lucas Tejedor com a namorada no cinema comendo pipoca — Foto: Arquivo Pessoal
“As pessoas acham que eu vou seguir na área de tecnologia, mas eu quero estudar a filosofia do impacto. Ou seja, vou escolher o que mais vai causar impacto nas pessoas”, explicou.
Pensando a longo prazo, Lucas pretende entrar na política – só que de uma maneira diferente. “Quero fazer análise de políticas públicas. Vou tentar trabalhar com isso. Pode ser no mundo, no país ou no meu bairro. Quero analisar, por exemplo, como solucionar a fome de uma determinada região. Fazer perguntas certas, buscar as melhores respostas e executar da melhor forma para resolver o problema”, explicou.
Quase 40 km para estudar
Para estudar no Cefet, Lucas percorre uma distância de 38 quilômetros, partindo da zona norte até a zona oeste da capital fluminense.
O trajeto é muito longo e, de longe, o seu maior empecilho nos estudos.
Lucas Tejedor gosta de estudar sobre programação — Foto: Arquivo Pessoal
“O que mais me atrapalhou durante minha trajetória de estudante foi a distância do colégio. Bangu é um lugar muito longe. Todo dia, tenho que andar até o ponto, pego um ônibus até a estação de trem, pego o trem até São Cristóvão e ando até o Cefet. Um trajeto de duas horas e meia só para ir. Na volta, é mesma coisa. São cinco horas [no total] todos os dias. Tem dias em que preciso correr na rua para não perder tanto tempo”, explica.
Em meio à pandemia, com o isolamento social e o colégio fechado, Lucas pôde “economizar” esse tempo para investir nos estudos, em casa mesmo, sem precisar se deslocar.
Ainda assim, o lockdown marcou um período muito difícil para ele.
“A pandemia, no geral, foi muito ruim. No início, eu não estava preparado para aquilo. Eu fiquei duas semanas trancado no meu quarto. Minha mãe fazia um protocolo para a gente não chegar perto dela, porque ela não parou de trabalhar. Isso foi muito ruim, eu não falava com ninguém. Nenhum contato pessoal e físico”, desabafou.
Questionado sobre o que é seu maior sonho, o estudante, que é filho de pais militares, diz sem pensar muito: “Meu maior sonho é causar o maior impacto possível no maior número de pessoas possível da melhor forma que eu conseguir”, cravou.
Fonte: Asmetro
EDUCAÇÃO – Razões para Acreditar