Uma brasileira, de 41 anos, morreu vítima de feminicídio em Émerainville, na França, nesta quinta-feira, 24, segundo a prensa francesa. Seu marido, também brasílio, é o principal suspeito de cometer o delito; ele tentou se enforcar logo em seguida o ocorrido e foi levado ao hospital. Não há confirmação sobre o estado de saúde dele.
O socorro foi acionado por um dos três filhos da mulher, de 17 anos, que ficou ferido ao tentar socorrer a mãe, morta a facadas. Dois filhos presenciaram o delito.
Segundo a afiliada da TV Orbe no Espírito Santo, a mulher se chamava Juliana de Oliveira Salomão. Nascida em Novidade Venécia, no Espírito Santo, ela morava há mais de cinco anos na França com o marido e três filhos.
A mana da vítima, Danielle Pigatti, deu entrevista à TV e informou que Juliana estava em processo de separação em seguida suportar violência doméstica e tinha conseguido uma medida protetiva contra o marido, que já não vivia na mesma moradia há muro de três meses.
A família iniciou uma vaquinha nas redes sociais para recolher verba para trazer o corpo de Juliana para o Brasil e ajudar os dois filhos menores de idade. Segundo a TV Orbe, o varão também teria morrido.
“Morta por diversas facadas, feitas pelo companheiro na gorgomilos e no pescoço”, escreveu o jornal Le Parisien. De concórdia com a Rádio França Internacional (RFI), o promotor responsável pelo caso, Jean-Baptiste Bladier, afirmou que “a morte foi claramente resultado de múltiplas facadas”, principalmente no pescoço e na nuca, mas a polícia francesa aguarda os resultados da necropsia, realizada pelo Instituto Médico Legítimo de Paris, para onde o corpo foi levado.
O promotor afirmou à RFI que logo em seguida a polícia encontrar o corpo da mulher, o marido foi encontrado “pendurado no porão do prédio” em que a vítima morava. O acionamento da polícia foi feito por um dos três filhos da mulher, um menino de 17 anos. “Ele explicou que seu pai, brasílio, nascido em 1980, esfaqueou sua mãe”, disse o promotor à rádio francesa. “O jovem também ficou ferido ao tentar proteger a mãe”, afirma o veículo.
Outro rebento do parelha, de 14 anos, também estava na moradia no momento do delito, mas não ficou ferido, segundo a RFI. Os dois menores passaram por atendimento médico e serão assistidos por serviços sociais da França. A terceira filha da vítima, maior de idade, estaria no Brasil.
“Um tempo detrás, não sei precisar exatamente o tempo, ele agrediu ela e ela quis se separar. Ele quis voltar e ela não queria. Depois, eles continuaram, mas as agressões continuaram (…) Nos últimos três meses, ela decidiu que não queria mais, que não aceitava (as agressões). Eles estavam morando separados e tinha medida protetiva”, relatou Danielle à TV Publicação, afiliada da Orbe no Espírito Santo.
“Parece que sofreu um namoro no braço, mas está fora de risco”, disse Danielle sobre o sobrinho, de 17 anos, rebento da vítima, que se feriu durante o incidente.
Conforme relato do promotor à RFI, os antecedentes criminais do suspeito não mencionam condenações. “No entanto, em 25 de julho de 2024, ele foi recluso em flagrante e disposto sob custódia policial por atos de violência doméstica.”
O Estadão procurou o Ministério das Relações Exteriores para informações sobre porquê estão as tratativas para trazer o corpo de Juliana e os menores ao Brasil, mas ainda não recebeu retorno.
A reportagem não conseguiu contato com a família da vítima, nem com a resguardo do suspeito de cometer o delito. O espaço continua sincero.