Cinco anos depois perder o certificado de eliminação do sarampo, o Brasil recuperou o status de País livre da doença. O reconhecimento foi oficializado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) na última quinta-feira, dia 7. O pregão ocorre nesta terça, 12, durante uma cerimônia com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, na sede da Opas em Brasília.
O Brasil não registra ocorrências de transmissão sítio de sarampo desde junho de 2022, quando foi confirmado o último caso, no Estado do Amapá. Em 2024, unicamente dois casos da doença foram detectados no País, um no Rio de Janeiro e outro no Rio Grande do Sul, ambos envolvendo pessoas que contraíram o vírus fora do território vernáculo e sem gerar transmissão secundária.
De entendimento com o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, dois fatores foram decisivos para a eliminação do sarampo no Brasil: o aumento na cobertura vacinal e o manejo rápido de casos suspeitos.
Kfouri ressalta que, para uma região ser realmente considerada livre do sarampo, é preciso conseguir altas taxas de vacinação, mas também prometer que nenhum caso esteja passando despercebido. Isso exige o cumprimento de metas específicas relacionadas à vigilância epidemiológica, incluindo o reconhecimento e a investigação de casos suspeitos, muito porquê os seus possíveis contatos, e o monitoramento em áreas de fronteira.
“Na última visitante da percentagem de verificação ao Brasil, diversas recomendações foram feitas e todas foram atendidas. A gente conseguiu a recertificação face ao novo patamar em que o País está, não só de coberturas vacinais, mas de vigilância de casos suspeitos”, afirma.
Para ter teoria da valimento desse progresso, ainda neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta sobre o aumento de casos de sarampo no mundo. Foram mais de 300 milénio casos de sarampo reportados ao longo de 2023, uma disparada de 79% em relação ao ano anterior.
“A gente tem o vírus não controlado em diversos outros continentes, portanto é muito geral ter sarampo entrando no País, daí a valimento de fazermos a ‘prelecção de lar'”, comenta Kfouri.
Sarampo no Brasil
O sarampo é uma doença infecciosa grave causada por um vírus, com potencial de levar à morte em casos mais severos. A transmissão acontece de forma rápida e direta, principalmente através de gotículas liberadas pelo doente ao tossir, falar, espirrar ou simplesmente respirar próximo a outras pessoas. A forma mais eficiente de prevenção é a vacinação, que protege contra a infecção e interrompe a disseminação do vírus.
No pretérito, a doença figurou entre as principais causas de mortalidade infantil, mas seu impacto foi reduzido ao longo dos anos devido a políticas consistentes de vacinação. Um marco nesse esforço foi o Projecto Vernáculo de Eliminação do Sarampo, implementado em 1992.
Em 2016, esses avanços levaram o Brasil a ser reconhecido pela Opas porquê livre da doença pela primeira vez. Porém, em 2018, o vírus voltou a circunvalar no País e, em 2019, o Brasil perdeu o título.
Segundo o Ministério da Saúde, isso ocorreu devido ao intenso fluxo migratório de países vizinhos, associado às baixas coberturas vacinais em vários municípios, o que permitiu a reintrodução do vírus em território vernáculo.
Mas os números estão em queda desde 2019. Enquanto naquele ano foram registrados mais de 20.900 casos de sarampo no Brasil, em 2022, o País reportou unicamente 41. Desde portanto, não foram registrados casos de transmissão sítio e, agora em 2024, o Brasil atingiu a marca de dois anos sem transmissão da doença em território vernáculo.