Exaustão extrema, estresse e esgotamento físico e mental. Esses são alguns dos sintomas da Síndrome de Burnout, uma doença ocupacional, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2019. Entre as principais causas estão o excesso de trabalho, dificuldade em executar serviços muito complexos, medo de não ser capaz de cumprir os prazos, entre outros. De acordo com a psiquiatra do Hospital Brasília Carolina Tajra, houve aumento desses casos durante a pandemia do novo coronavírus.
“É comum acontecer em profissionais que atuam diariamente com pressão extrema e altas responsabilidades, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, entre outros. Mas não é exclusiva desses profissionais”, explica Carolina Tajra.
De acordo com a médica, o atual momento de pandemia vem desencadeando mais casos. “Muitas pessoas tiveram que se adaptar repentinamente à uma nova realidade de execução do trabalho. Depender de ambiente adequado para executar o serviço, para muitos foi um fator estressor importante. Sem contar a falta de contato social no trabalho, que para muita gente é a maior parcela da socialização”, relata.
Carolina aponta que alguns dos sintomas da Síndrome de Burnout são: cansaço físico e mental excessivos, insônia, alterações do apetite, pensamentos negativos frequentes, dores de cabeça ou aumento da frequência das dores de cabeça, dificuldade de concentração, insegurança, sensações de incapacidade, incompetência, fracasso ou desesperança, alterações bruscas de humor, aumento da pressão arterial, dores no corpo, problemas gastrointestinais, entre outros.
Segundo a médica, a condição pode ser prevenida com definição e planejamento do trabalho. A psiquiatra destaca algumas das formas de se organizar, como definir objetivos profissionais e pessoais; analisar se eles são factíveis e se valem o esforço; manter boas relações sociais; manter atividades de lazer e descanso; ter hábitos de vida saudáveis; consumir pouca bebida alcoólica; dialogar com a equipe de trabalho.
A psiquiatra ainda aponta que, com tratamento adequado e readequação do trabalho, o Burnout é curado. “Alguns casos podem ser tratados com acompanhamento psicológico. Casos mais graves precisarão de uso de medicamentos, normalmente antidepressivos e ansiolíticos. Mudanças nas condições de trabalho, estilo de vida e, especialmente, na relação do paciente com o trabalho são essenciais”, aconselha.
Janeiro Branco
Janeiro é o mês da conscientização sobre a saúde mental dos brasileiros. Segundo a International Stress Management Association (Isma), 30% dos trabalhadores no Brasil sofrem com a síndrome de Burnout. O instituto afirma que o Brasil é o segundo país com mais pessoas que possuem a síndrome.
De acordo com a OMS, cerca de 9% da população brasileira (18,6 milhões) têm algum transtorno de ansiedade. A OMS ainda alerta que o território tupiniquim é o quinto país no mundo onde existem mais pessoas com depressão.
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