MARIANNA HOLANDA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (18) que vai processar o ministro da Quinta, Fernando Haddad, por ter dito que ele estaria por trás da crise em torno da medida da Receita Federalista que ampliaria a fiscalização sobre transações via Pix.

 

“Vou processar o Haddad. Ele não tem o que fazer, sempre me acusa de alguma coisa”, disse a jornalistas no aeroporto em Brasília, ao levar Michelle Bolsonaro para embarcar para a posse de Donald Trump nos Estados Unidos. Ele foi impedido por Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federalista), de viajar.

“[Haddad] Falou inclusive que eu comprei 101 imóveis sem origem de numerário. Pegou meia dúzia de familiares meus do Vale do Ribeira. O que essa meia dúzia de Bolsonaro de 1990 para cá e está pago em moeda pátrio manante. Oriundo. Naquela era comprava até telefone em dólar”, completou.

Ele comparou ainda Haddad com Paulo Guedes, seu ex-ministro da Quinta. E disse que o governo Lula não pode dar patente, comparando a gestão a um “bebum dirigindo um carruagem”.

Haddad, em entrevista à CNN na véspera, declarou que a família Bolsonaro é pessoalmente focada na Receita Federalista em decorrências de investigações feitas sobre o clã.

“Tenho para mim que o Bolsonaro está um pouco por trás disso, porque o PL financiou o vídeo do Nikolas. O Duda Lima foi quem fez o vídeo”, disse, em referência ao deputado federalista Nikolas Ferreira (PL-MG) e ao marqueteiro que fez a campanha à reeleição de Bolsonaro.

Na terça (14), o parlamentar mineiro fez a publicação na qual afirma que o governo “só está pensando em recepcionar, sem oferecer zero” e fala em “quebra de sigilo mascarado de transparência”. O post ultrapassou 300 milhões de visualizações.

O vídeo foi o rastilho para o recuo do governo no caso. Embora Haddad tenha defendido o valor da medida até a manhã de quarta (15), quando teve a primeira reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pesou o argumento de que uma campanha publicitária já não seria mais suficiente para paralisar a vaga críticas à medida, fake news e a prática de crimes contra a economia popular, com emprego de golpes.

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