O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta sexta-feira (28) que a Petrobras está realizando estudos para que exista “previsibilidade no aumento” dos preços dos combustíveis. Bolsonaro argumentou que a medida não é uma ingerência sobre a companhia, mas em seguida criticou a atual política de preços e, ao comentar a demissão do ex-presidente da estatal, Roberto Castello Branco, arrematou: “É para interferir mesmo, eu não sou o presidente?”
O mandatário deu as declarações em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.
“Ele [general Joaquim Silva e Luna, novo presidente da Petrobras] está ultimando estudos com o conselho novo também, foi colocado lá, para ter previsibilidade no aumento do combustível. Não é interferência, é ter previsibilidade”, declarou.
Questionado sobre um simpatizante se haveria redução nos valores da gasolina, Bolsonaro queixou-se da atual política de preços, atrelada às variações internacionais.
“Tem uma fórmula automática lá que varia de acordo com o preço lá fora e o valor do dólar aqui dentro. Se é para reajustar dessa maneira, pode colocar um qualquer lá na Petrobras. É só seguir a fórmula, alguém que saiba somar e subtrair, não precisa nem saber multiplicar e dividir”, disse.
Em fevereiro, Bolsonaro indicou Silva e Luna para o comando da estatal. A saída de Castello Branco foi uma derrota para o ministro Paulo Guedes (Economia), que defendia a permanência do atual executivo no cargo e era contra intervenções na companhia.
O presidente estava insatisfeito com os reajustes nos preços dos combustíveis e temia os efeitos das correções em sua popularidade, principalmente em grupos simpáticos ao governo como os caminhoneiros.
Nesta sexta, Bolsonaro comentou a saída de Castello Branco.
“Eu troquei o comando da Petrobras. No começou foi um escândalo, interfere. É para interferir mesmo, eu não sou presidente? Ou eu sou assumo e tenho que manter todo mundo que tá empregado?”, disse.
Apesar da fala de Bolsonaro, Castello Branco foi indicado pelo atual governo. Ele foi nomeado para o posto no final de 2018 a pedido de Guedes.
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