SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou de “verdades” trechos do discurso do pastor Silas Malafaia, feito no domingo (6) em ato na avenida Paulista, atacando o Alto Comando do Exército.
O líder evangélico, em tom exaltado durante a manifestação, disse que os generais de quatro estrelas são uma “cambada de frouxos, cambada de covardes, cambada de omissos” que “não honram a farda que vestem”.
Malafaia afirmou ser preciso “marcar posição” e negou defender um golpe de Estado.
Em entrevista à revista Oeste nesta segunda-feira (7), o ex-mandatário citou o “desabafo ontem lá na Paulista” feito pelo pastor.
“Não vou repetir aqui porque sou capitão do Exército, né? Fiquei muito triste não com o Malafaia, mas com as verdades que ele falou. Realmente é revoltante a gente ouvir isso daí. Ele fala: ‘Ninguém quer dar um golpe nenhum, não, mas o que está acontecendo é isso’ e se dirigiu aí a algumas autoridades fardadas.”
Bolsonaro reclamou na entrevista das condições de prisão do general Walter Braga Netto, seu ex-ministro e companheiro de chapa em 2022. Também afirmou haver “uma pessoa no Brasil que pega uma caneta e te bota na cadeia”, em referência ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Na entrevista, ele também comentou a reunião com sete governadores antes da manifestação na capital paulista. Ele posou para foto com Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, Mauro Mendes (União Brasil), de Mato Grosso, e Wilson Lima (União Brasil), do Amazonas.
Os quatro primeiros são cotados como presidenciáveis em 2026.
O ex-presidente disse que ninguém será obrigado a apoiar “um ou outro candidato” no próximo ano. “Se cada partido tiver um candidato, sem problema. No segundo turno a gente vê com quem se alia”, diz Bolsonaro
Ele também afirmou que não fará críticas a eventuais concorrentes desse campo político.
Bolsonaro está inelegível até 2030 devido a condenação na Justiça Eleitoral, mas diz que vai registrar candidatura no próximo ano. Ele também se tornou réu no STF sob acusação de liderar uma trama golpista após derrota na eleição de 2022.