ALEXA SALOMÃO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Acordos firmados durante o G20, no Rio de Janeiro, e a visitante do presidente da China Xi Jinping, em Brasília, vão flectir as captações externas do BNDES. Novas operações e doações em dólar, euro e até yuan, a moeda chinesa, totalizam murado de R$ 26 bilhões, segundo balanço conseguido em primeira mão pela reportagem.
Segundo o BNDES, murado de R$ 8 bilhões podem ter liberação imediata, e o restante estará disponível até 2026. O totalidade conseguido nesta semana equivale ao volume já captado internacionalmente pelo BNDES neste ano. Segundo balanço da instituição, as captações externas totalizaram R$ 26,2 bilhões em 30 de setembro de 2024, expansão de 10,6% no ano.
A maior novidade do pacote é a cooperação entre BNDES e o CDB (Banco de Desenvolvimento da China), com a oferta de uma risco totalizando ¥ 5 bilhões (o equivalente a R$ 3,9 bilhões). É o primeiro financiamento em moeda chinesa feito pelo BNDES. O Banco do Brasil realizou primeira operação, em 2023, com o BOC (Bank of China), mas num valor muito menor, ¥ 350 milhões.
O diretor de Planejamento e Relações Institucionais, economista Nelson Barbosa, explica que um dos produtos que vão ser criados a partir dessa iniciativa é uma espécie de correlato em yuan (também chamado renminbi) da risco em dólar.
Na versão tradicional, em moeda americana, o tomador, em sua maioria exportadores com receita em dólar, paga a variação cambial mais uma taxa, e se protege do sobe e desce cambial.
“Vamos oferecer uma risco em renminbi, em que o tomador paga a variação cambial em renminbi, mais uma taxa, para quem tem receita na moeda chinesa”, diz Barbosa.
“Ainda vamos estruturar a operação, e a teoria é testar a demanda, porque todas as operações com a China são feitas em dólar, mas o mercado diz que teria demanda por renminbi.”
As tratativas para a risco na moeda chinesa foram iniciadas durante visitante de comitiva brasileira à China, e a cooperação foi oficializada no pacote de 37 atos firmado durante encontro Xi Jinping e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (20).
O maior volume de recursos foi amealhado nos encontros bilaterais durante o G20.
Um memorando de entendimento com o AIIB (Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura) firmou o compromisso para a liberação de US$ 3 bilhões (murado de R$ 17 bilhões) em financiamentos para infraestrutura, com foco em ações ESG (que tenham impacto lucrativo de caráter ambiental, social e na governança).
Uma vez que esse financiamento tem garantia do Tesouro Pátrio, antes de o recurso estar disponível, a operação vai precisar executar um rito de estudo que inclui, por exemplo, avaliação da Cofiex (Percentagem de Financiamento Extrínseco). A expectativa de Barbosa é que possa ser finalizado até o final do primeiro semestre do ano que vem.
Esse combinação pode beneficiar o PAC nas áreas de infraestrutura de transporte, virilidade, digitalização, chuva e saneamento, mormente em projetos capazes de promover uma maior integração entre Brasil e Ásia. Está previsto ainda que segmento dos recursos podem ser injetados no Fundo Clima, para a mitigação das mudanças climáticas.
A CAF (Percentagem Andina de Fomento) acertou a disponibilização de até US$ 500 milhões (quase R$ 3 bilhões) para o BNDES, também com foco em descarbonização, virilidade renovável e infraestrutura de saneamento.
A liberação de outros EUR 200 milhões (R$ 1,2 bilhão) para o banco público foi acertada com a AFD (Sucursal Francesa de Desenvolvimento), mas com foco regional. Os financiamentos devem focar em saneamento, desenvolvimento urbano e virilidade renovável no Setentrião e Nordeste, mormente em áreas da Amazônia.
Uma fração dos recursos foram doações dos governos dos Estados Unidos e Noruega para o Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES. Os apoios financeiros somam US$ 110 milhões (R$ 336 milhões). Esse fundo é devotado a promover a conservação e do uso sustentável no bioma amazônico, e pode bancar fiscalização e combate ao desmatamento, muito uma vez que reflorestamento, entre outras iniciativas.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirma que o reforço na oferta de recursos permite que o banco amplie a atuação no combate às mudanças climáticas, que vem tendo possante demanda do mercado.
A risco para financiamento de projetos de combustível sustentável para aviação e navegação, por exemplo, foi lançada oferecendo R$ 6 bilhões. As propostas apresentadas pelos investidores somaram a demanda de R$ 160 bilhões.
“Com as novas captações e os acordos anunciados nesta semana, o BNDES diversifica as fontes de formação do funding, sem onerar o Tesouro”, afirmou Mercadante.
“Com isso, teremos ainda mais capacidade de alavancar os investimentos em áreas estratégicas, com ações focadas especificamente na transição energética e na preservação ambiental, pautas fundamentais em que o Brasil tem todas as condições de liderar o processo global.”
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