Até o momento, o presidente dos EUA, Joe Biden, resistiu a mudanças na regra de “filibuster”, que determina o limite típico de 60 votos para aprovação de uma pauta no Senado. No entanto, a repórteres em frente à Casa Branca, o líder americano disse nesta terça-feira, 5, que agora há “uma possibilidade real” de que ocorram alterações, dada a urgência no debate sobre a elevação do teto da dívida e a incerteza crescente sobre a situação.
A regra de “fillbuster” tem estado em debate o ano todo, enquanto Biden e seus aliados consideram maneiras de contornar a oposição do Partido Republicano à grande parte de sua agenda. Anteriormente, por outros tópicos, o presidente não apoiou os apelos feitos. Mas os comentários desta terça-feira podem sinalizar uma nova fase.
A afirmação surpreendente do presidente vem enquanto o Senado está enroscado em um impasse perigoso no âmbito fiscal sobre uma votação necessária para suspender o limite da dívida do país e permitir que o governo federal continue a tomar empréstimos. O Congresso tem apenas alguns dias para agir antes do prazo final de 18 de outubro, quando o Departamento do Tesouro avisou que ficará sem fundos para lidar com a dívida já acumulada do país.
Sem a regra de “filibuster”, a aprovação precisaria do apoio de 50 senadores. Com um Senado dividido ao meio, a vice-presidente, Kamala Harris, poderia dar o voto de minerva e passar a medida sem os republicanos.
O tópico foi abordado durante um almoço privado entre os democratas nesta terça, enquanto os senadores ficavam exasperados com a recusa do líder da minoria, Mitch McConnell, em permitir uma votação simples sobre o limite da dívida. Em vez disso, McConnell está forçando os democratas a empreender o que consideram um processo complicado que leva dias, senão semanas, e consumiria suas agendas.
Com os republicanos colocando obstáculos para a votação, os senadores democratas têm discutido uma série de opções – incluindo uma exclusão das regras de “filibuster” da Casa. Para que uma mudança ocorra, no entanto, o Partido Democrata todo que integra o Senado precisaria estar de acordo – o que parece altamente improvável.
Em sua coletiva de imprensa semanal, o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, nem abraçou – nem rejeitou – a ideia de mudar tal regra para esta questão em específico. Em vez disso, Schumer simplesmente repetiu o que ele, Biden e outros já haviam dito: que os republicanos deveriam “sair do caminho” e permitir que os democratas aprovassem a medida, que já passou pela Câmara.
Schumer disse que o fardo agora está sobre os ombros de McConnell. Este, entretanto, quer forçar os democratas a dar aos republicanos tempo suficiente para lembrar aos eleitores sobre o voto impopular. “Eles tiveram muito tempo para executar o aumento do teto da dívida”, disse McConnell sobre os democratas. “Eles precisam fazer isso. E quanto antes resolverem, melhor”. Fonte: Associated Press.
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