O diretor de Política Monetária do Banco Médio (BC), Nilton David, disse nesta segunda-feira, 17, que a autonomia está preocupada em ter um nível de segurança “além do normal” em suas decisões sobre a taxa básica de juros, oferecido o nível ressaltado de incertezas no cenário econômico. David deu a enunciação ao reafirmar novidade subida de 1 ponto porcentual da Selic porquê o cenário-base para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em março.
“O cenário-base é seguir por aí, porque temos o forward guidance (indicação para março) e também a nossa preocupação em ter um nível de segurança um pouquinho além do normal por conta dessa incerteza”, disse ele. Em sua primeira fala pública desde que assumiu o posto, em janeiro, David participou de um encontro promovido pela Câmara Americana de Transacção para o Brasil (Amcham Brasil), em São Paulo.
Segundo ele, nesse envolvente de incertezas o BC se coloca na posição de minimizar riscos para saber a atual meta de inflação – de 3%. “Mas o ponto é que antes a gente estava num gol de 7 metros; o gol agora tem 12 metros. Logo, onde que eu tenho de me posicionar?”
David reiterou as projeções do BC de uma inflação de 5,2% no término deste ano, convergindo para 4% (ainda supra do meio da meta, mas já dentro do pausa de tolerância) no terceiro trimestre do ano que vem.
‘Prévia do PIB’
A economia brasileira cresceu 3,8% em 2024 na verificação com o ano anterior, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Médio (IBC-Br), divulgado ontem pela autonomia. Considerado uma espécie de “prévia” do PIB solene (medido pelo IBGE), o indicador subiu 0,02% no trimestre traste encerrado em dezembro, na verificação com os três meses anteriores, considerando a série com ajuste sazonal.
O resultado foi apanhado mesmo com a queda de 0,73% do IBC-Br em dezembro frente a novembro, confirmando as previsões no mercado de uma desaceleração do ritmo de atividade por conta do atual patamar dos juros.
O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio de Sousa Leal, avalia que a retração de 0,73% em dezembro – mais intensa do que esperada – sintetizou a perda de fôlego da economia doméstica no término do ano pretérito. “Posteriormente um desempenho muito positivo da atividade ao longo de 2024, é proveniente ocorrer um processo de colocação; porém, a questão é se essa colocação esperada vai se transformar em uma desaceleração mais acentuada”, diz ele.
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