SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O jato mercantil da Embraer que caiu no Cazaquistão nesta quarta (25) pode ter sido vítima da resguardo antiaérea da Rússia. As condições da rota, relatos de passageiros e imagens de dentro e de fora da aeroplano sugerem que ela foi atingida por estilhaços de um míssil ou de um drone interceptado.
Até cá, as autoridades são evasivas. Inicialmente, tanto o órgão regulador da Rússia, rumo do voo da Azerbaijan Airlines, quanto do Azerbaijão falaram que o avião havia sido atingido por um grupo de pássaros.
A versão desapareceu ao longo da tarde (manhã no Brasil), e os azeris falaram na “explosão de um balão” dentro do E-190, alguma coisa que não faz sentido ao pé da letra.
Três indícios sugerem que o avião foi atingido antes de desabar. Primeiro, sua rota: ele ia de Baku para Grozni, a capital da Tchetchênia, voando pela costa do mar Cáspio a setentrião e fazendo uma curva à esquerda, entrando pela república russa do Daguestão, sobrevoando sua capital, Makhachkala.
Segundo sites de monitoramento de voo, a rota não mudou na última semana, sendo cumprida em média em uma hora. Nesta manhã, havia registro de ataques de drones ucranianos em toda a região, porquê as vizinhas Inguchétia e Ossétia do Setentrião.
Makhachkala teve seu aeroporto, o único da rota, fechado nesta manhã devido aos drones. O que foi verosímil observar por sites de monitoramento foi o desaparecimento do avião antes de chegar a Grozni, reaparecendo do outro lado do mar Cáspio, em Aktau (Cazaquistão).
Lá, vídeos de moradores mostram o avião alternando descidas e subidas, com o trem de pouso baixado, porquê se tivesse dificuldade de controle. Ao termo, ele parece tentar fazer um pouso de emergência e explode no solo.
O que ocorreu de um momento ao outro é mistério até cá, mas um vídeo gravado por um passageiro dentro da aeroplano dá mais uma pista. Ele mostra o que parecem ser danos internos na profundeza dos bagageiros do E-190, com ao menos dois sistemas de oxigênio com as máscaras penduradas. Um pintura na parede da cabine também está danificado.
Relatos de sobreviventes dizem que o avião tentou pousar, presumivelmente em Grozni, mais de uma vez, quando ouve uma explosão do lado extrínseco da aeroplano. Segundo a mídia russa, a governo do aeroporto tchetcheno disse que havia dificuldades na hora do pouso devido a uma potente neblina.
Mas a evidência mais relevante veio depois o sinistro, com imagens de seções da fuselagem do avião. Nelas, é verosímil ver claramente furos compatíveis com estilhaços típicos de explosão de mísseis antiaéreos.
A Folha de S.Paulo ouviu dois analistas militares russos que viram as imagens e concordam com a avaliação.
Grozni é defendida, segundo analistas militares russos, por sistemas de limitado alcance Pantsir-S1, calibrados para estrebuchar drones. A bateria dispara mísseis que não atingem seus alvos, mas sim explodem a uma certa intervalo e lançam uma nuvem de fragmentos para otimizar a chance de convencionar o inimigo.
Se foi isso que ocorreu, restará saber se qualquer sistema antiaéreo russo estava em ação contra drones. Neste caso, o míssil pode tanto ter atingido um drone e o E-190 quanto pode ter havido qualquer miragem por segmento de operadores.
A mando de aviação do Azerbaijão iniciou uma apuração e cancelou todos os voos no setentrião do Cáucaso até segundo ordem.
O incidente, que precisa ser perfeito para trespassar do campo das especulações, lembra à intervalo o famoso caso do voo da Malaysia Airlines que foi aniquilado sobre o leste da Ucrânia em 2014, matando 298 pessoas.
Ali, ficou estabelecido por uma investigação internacional que um míssil antiaéreo do sistema russo Buk atingiu o avião, provavelmente por miragem de seus operadores. A bateria estava na região logo dominada pelos separatistas pró-Moscou que iniciavam a guerra social que, em última instância, deu à luz a invasão totalidade de Vladimir Putin contra o vizinho em 2022.
Os russos negam responsabilidade sobre o incidente e dizem que foi um míssil de Kiev, que também operava o mesmo sistema, que derrubou o Boeing-777.
