SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma avalanche no vulcão nevado Chimborazo, no centro andino do Equador, neste domingo (24), deixou ao menos três mortos e três desaparecidos, segundo as autoridades do país.
Anteriormente, um boletim do Serviço Integrado de Segurança ECU911 tinha registrado quatro mortos e um ferido. Um comunicado dos Bombeiros de Quito divulgou mais tarde que, além das vítimas e dos desaparecidos, sete já foram resgatados de um total de 16 pessoas.
Segundo o serviço de segurança, a avalanche atingiu o grupo que escalava o vulcão e, no momento se encontrava a uma altitude de 6.100 metros. O fenômeno não tem relação com a atividade vulcânica, e os alpinistas atingidos são equatorianos, segundo o jornal El Comercio de Quito.
O serviço de segurança recebeu um chamado às 6h30 no horário local (8h30 em Brasília) e, a partir de então, coordenou o resgate com o Grupo de Operações Especiais da Polícia Nacional e com o Corpo de Bombeiros, além do apoio dos guardas florestais ligados ao Ministério do Ambiente, Água e Transição Ecológica.
O trabalho seguia na tarde deste domingo, segundo imagens divulgadas pelo ECU911-Riobamba, braço local do serviço, que mostram integrantes do posto de Comando Unificado reunidos para coordenar operações.
A nota divulgada na manhã deste domingo acrescentou que a equipe trabalhava para resgatar um outro grupo de 20 turistas que apresentaram sintomas de hipotermia enquanto praticavam montanhismo no vulcão El Altar, na mesma região.
Vulcão de neve perpétua, o Chimborazo chega a 6.263 metros, sendo o mais alto do Equador e um dos principais do mundo. Por suas características, o maciço, onde se pratica esqui, atrai alpinistas nacionais e estrangeiros. Após o acidente, o Ministério do Ambiente determinou o fechamento temporário da reserva natural Chimborazo.
ACIDENTES NO CHIMBORAZO
Em 2003 foram encontrados nos pés do vulcão os restos de um avião de bandeira equatoriana, que se acidentou em 1976 com 59 pessoas a bordo. A aeronave se chocou com uma grande parede de pedra do Chimborazo e uma avalanche de neve o ocultou até ser encontrado por alpinistas a cerca de 700 metros do cume. A área do acidente foi declarada campo santo.
Em 2015 também foram encontrados a 5.600 metros de altitude os corpos de três escaladores, possivelmente estrangeiros, que tinham desaparecido havia 20 ou 30 anos. Outra avalanche registrada no Chimborazo em 1994 deixou dez mortos, incluindo seis franceses e um suíço.
O vulcão também é o mais alto da face norte da cordilheira dos Andes, segundo o Instituto Geofísico de Quito, sua erupção mais recente foi registrada entre o século 5 e o fim do século 7. “O intervalo médio entre as erupções é de mil anos, portanto o Chimborazo é considerado um vulcão potencialmente ativo”, acrescentou a entidade.
O instituto informou que a presença de gelo no cume, a forte inclinação de seus flancos e sua posição, próxima de áreas povoadas, como Riobamba e Ambato, são fatores que representam um risco potencial elevado.
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